Blog-1) O Supremo Tribunal Federal reabriu a audiência pública para tratar da retirada dos artigos 124 e 126 do Código Penal, que define como crime o aborto em qualquer fase da gestação. Como deputado federal, você apoiaria a legalização do aborto?

 

Joaquim Roriz Neto – Primeiro quero dizer que não cabe ao Supremo Tribunal Federal legislar para o Brasil, esta é uma prerrogativa do Congresso Nacional, de  513 Deputados e 81 Senadores eleitos pelo povo.  Tenho o mais alto respeito pela suprema corte do país, mas 11 ministros não podem decidir o destino de uma nação.  Quanto ao aborto, as pesquisas feitas sobre esta questão, mostram em números, que a maioria da população brasileira é contra o aborto. As leis brasileiras já admitem o aborto em três casos: estupro, se colocar a vida da mãe em risco  e quando o feto for  anencéfalo. E o SUS cobre as despesas nesses casos. Entretanto, se  faz necessário também criar e oferecer condições para as mulheres que decidam ter seus filhos, mesmo que  sejam frutos de estupro ou porte alguma deficiência. Eu, particularmente, defendo a vida, e vida com dignidade. Se eu tivesse sido abortado não estaria aqui querendo ajudar a melhorar o Distrito Federal e o Brasil. Como deputado federal, vou lutar para que o Estado cumpra o seu papel constitucional mais básico, de oferecer saúde, educação e segurança. Morrem mais pessoas por falta de atendimento nos hospitais e de segurança pública do que por complicação de aborto clandestino. E se a saúde pública não consegue suprir a demanda que já possui, está estruturada para atender mais com a descriminalização do aborto? Os governos não conseguem sequem garantir que os métodos contraceptivos alcancem todas as mulheres. Como cidadão e como deputado federal defendo e vou defender a vida com dignidade para todos os brasileiros, em especial para a população de Brasília, cidade onde nasci, vivo e amo.  E vi me avô lutar por ela.

Blog-2) você é neto do ex-governador Joaquim Roriz. Como é carregar um nome de tanta influência no Distrito Federal? Você acredita que é, você, o herdeiro político do Rorizismo no DF?

Joaquim Roriz Neto – Para mim é uma honra carregar o nome do meu avô, e também uma grande responsabilidade. Tenho comigo um passado de glória a agradecer, um presente com grandes desafios a vencer e um futuro a conquistar. Aprendi muito com meu avô, principalmente a valorizar as pessoas pelo o que elas são. Ele governou para ricos e pobres, com visão futurista. Imagine o que seria de Brasília, que tinha tantas favelas, se não fossem as cerca de 10 cidades criadas por ele? Sem o metrô de superfície, Corumbá IV, restaurantes comunitários, sem as grandes obras que ele executou? Na época foi muito criticado, e ainda é nos dias de hoje. E certamente teve muitas falhas, que não as têm? No entanto, eu tenho minha própria identidade. Quero resgatar a esperança e autoestima dos brasilienses daquela época, vou lutar, trabalhar para a construção das grandes obras que vão gerar desenvolvimento para Brasília. Me formei em Ciências Políticas nos Estados Unidos, conheço o sistema de lá e da Europa. É claro que temos outra realidade, mas podemos usar o conhecimento para ajudar nossa cidade e nosso país. Não sei se sou o herdeiro político do meu avô, tenho consciência da responsabilidade do nome, mas não tenho medo de desafio. Com um passado glorioso, um presente de muitos planos e desafios vou conquistar o meu espaço e minha própria história.

Blog-3) O Brasil passa por um momento difícil de muitos escândalos de corrupção. Qual será a sua proposta de renovação na política? Você é a favor de uma reforma política que venha mudar o sistema de governo?

Joaquim Roriz Neto – Os escândalos e o combate a corrupção mostram o amadurecimento e evolução do nosso país. Quem diria que veríamos tantos grandes empresários, políticos de diversos partidos presos? A lei da ficha limpa, a liberdade e eficiência do Ministério Público e da Polícia Federal estão ajudando muito nesse processo de renovação. No Brasil já não cabe mais o “jeitinho” do passado. Mas não é só na política, é na vida de todo brasileiro. Os valores foram deturpados. Como cidadãos temos deveres e responsabilidades. Não é tudo culpa do governo ou do político. Penso que se faz necessário a renovação na política, reforma do código penal, atualização do código civil, renovação na justiça… eu tenho esperança no avançar do meu país. Mesmo no caos, eu acredito num Brasil melhor e quero ajudar nesse processo. Quanto a reforma política, mudanças nas regras das disputas eleitorais foram debatidas e revistas tanto pelo Congresso Nacional quanto pelo Supremo Tribunal Federal no ano passado, e que já influenciam no pleito eleitoral deste ano. Mas acredito que é possível melhorar. Estudo essa questão.

Blog-4) você é jovem. Qual sua proposta para a juventude do Distrito Federal? Você é a favor da Lei da maioridade penal?

 

Joaquim Roriz Neto – Tenho conversado com jovens do DF e estou ciente da dificuldade do primeiro emprego e do ingresso à universidade. A disputa por uma vaga no mercado de trabalho está cada vez mais acirrada, refletindo diretamente nos jovens. A taxa de desemprego atingiu índice histórico no Brasil, segundo dados do IBGE. E os jovens são mais impactados, fazem parte da parcela da população que possui menos experiência profissional. Como deputado federal vou priorizar projetos de educação de tempo integral nas escolas para reduzir o tempo do jovem livre nas ruas e expostos ao crime. Vou lutar pelos cursos profissionalizantes e melhor acesso do jovem à universidade e no mercado de trabalho.

Quanto a maioridade penal, penso que a criminalidade nessa faixa etária até os 16 anos é alta e tem raiz na falta de educação e de ocupação, uma raiz também no social. Mas não podemos ignorar que um jovem de 16 anos, em grande parte, já conhece seus direitos, sabe o que é certo ou errado e já pode inclusive votar. Mas precisa saber de seus deveres. Devem ser responsabilizados pelos seus atos e crimes.  Segundo a Organização das Nações Unidas, a ONU, em 193 países não há um consenso absolutamente preciso sobre a questão da maioridade penal. Na maioria dos locais, a própria cultura local é utilizada para estabelecer estas regras. Eu defendo que lugar de criminoso é na cadeia. Precisamos atualizar o Estatuto da Criança e do Adolescente e criar oportunidades para os jovens. As cadeias e presídios brasileiros não educam, não socializam, não são solução. Precisamos também rever isso. De minha parte, posso garantir, que os jovens terão minha atenção especial na Câmara dos Deputados.

Blog-5) você tem alguma proposta para melhorar a segurança pública do DF?   Os policiais civis e militares do DF estão há 9 anos sem reajustes salarias.

Joaquim Roriz Neto – A Segurança Pública do Distrito Federal não vai evoluir ou ser pacificada somente com um bom novo nome à frente da pasta. A violência no Distrito Federal chegou a um índice assustador. Li esses dias que a média de estupro, em Brasília, é de 50 mulheres por mês, sem falar naquelas que não denunciam por vergonha ou outro motivo. Há lugares no DF que a polícia corre risco se entrar lá. A que situação chegamos? A área de segurança precisa de mudanças profundas. As policias precisam ser mais aparelhadas para o combate ao crime e a manutenção da ordem. Tenho acompanhado as cobranças de recomposição salarial das categorias que também pedem aumento de efetivo. Sei que o governo precisa cumprir com a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas não pode se eximir de sua responsabilidade ou refutar sua incompetência nisso. Como deputado federal vou lutar por mais recursos federais para a segurança no DF. Vou ajudar a próxima governadora, pois acredito na vitória da Eliana Pedrosa, nesta questão e em outras. Bons tempos virão para o DF.

 

 

Cris Oliveira