Na última década, a massa de rendimento das mulheres cresceu duas vezes mais que a dos homens no Distrito Federal. O poder de decisão delas no orçamento familiar inclui a compra do carro e até das roupas dos maridos

 

Gizella Rodrigues

Publicação: 25/05/2013 06:58 Atualização:

Ana Flávia conta que gasta até um quarto do salário com compras para ela e para as filhas: independente (Monique Renne/CB/D.A Press)
Ana Flávia conta que gasta até um quarto do salário com compras para ela e para as filhas: independente

Elas já representam 52,53% da população do Distrito Federal e desempenham papel fundamental na economia local. Cada vez mais, as mulheres se inserem no mercado de trabalho e ganham salários equiparados aos dos homens. Pesquisa do Instituto Data Popular, feita com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que, na última década, a massa de renda delas cresceu 83%, enquanto a deles teve incremento de 45%. Em 2013, as trabalhadoras, responsáveis pelas principais decisões relacionadas ao consumo da família, devem ganhar R$ 40 bilhões no DF.

Mais de 11 milhões de brasileiras passaram a integrar o mercado de trabalho formal nos últimos 20 anos. E, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), a diferença salarial entre homens e mulheres vem diminuindo em todo o país, em ritmo mais acelerado na capital do país. Em 2001, os brasilienses ganhavam 87,6% a mais do que elas, diferença que caiu para 65,7% em 2011. Isso aconteceu principalmente porque o rendimento feminino aumentou 193,2% em 10 anos no DF, índice superior ao desempenho nacional, que foi de 169,7%. O salário deles também subiu, mas em índices menores, 158,9% no DF e 125,8% no Brasil. “A diferença é menor no Distrito Federal por causa da grande participação do setor público na economia, já que o concurso público é igual para todos. A distorção é maior no setor privado”, ressalta o economista Roberto Piscitelli.