O ex-deputado federal Geraldo Magela (PT-DF), foi secretário de Habitação do DF
O ex-deputado federal Geraldo Magela (PT-DF) foi conduzido para depor durante a Operação Clã, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira, em Brasília. …
Ele é suspeito de ter sido conivente com a atuação de uma quadrilha que cobrava taxas ilegais para conceder lotes de terra da quarta etapa do Programa Habitacional Riacho Fundo 2, feito em parceria entre a União, o governo do Distrito Federal e entidades da sociedade civil.
Candidato ao Senado derrotado em 2014, Magela comandou a secretaria de Habitação, Regularização e Desenvolvimento Urbano do DF durante a gestão do governador Agnelo Queiroz (PT).
A pasta em questão era responsável por fiscalizar a liberação dos lotes que agora estão na mira da PF. Ao todo, foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão e 13 de condução coercitiva, entre eles o do petista.
De acordo com a PF, há suspeitas de que integrantes das associações civis, que selecionavam os beneficiários, “cobravam taxas dos interessados nas terras, além de condicionar o recebimento do terreno à contratação de determinadas construtoras ligadas ao grupo para a realização das obras”.
Estão sendo investigados funcionários públicos, membros de associações e empresários da construção civil. Eles poderão responder pelos crimes de corrupção passiva, advocacia administrativa e lavagem de dinheiro.
O esquema teve início em 2011, mesmo ano em que Magela assumiu a secretaria, e perdurou até hoje. Segundo a PF, porém, não há nenhum indício de participação de servidores do governo atual.
Um dos pontos que mais chamaram a atenção dos investigadores é um termo aditivo assinado pelo então secretário, em que o GDF concede ainda mais autonomia para definir quem deveria ter direito ao terreno.
“O então secretário praticamente definiu que as associações poderiam estabelecer o critério que bem entendessem para fazer essa seleção”, resumiu o delegado Guilherme Alves de Siqueira, responsável pela ação desta quinta.
Ainda de acordo com a PF, os interessados pagavam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil aos representantes das associações.
Em alguns casos, além da propina, a concessão do lote estava condicionada à contratação de duas construtoras controladas por parentes dos gestores dessas entidades, que ficavam encarregadas da construção dos imóveis.