O mais recente Boletim InfoGripe, divulgado nesta sexta-feira (5) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que, em 2025, foram registrados 43,7 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Desse total, 82% ocorreram em crianças menores de dois anos

Diante deste cenário, a pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do InfoGripe, Tatiana Portella, reforça a importância da vacinação contra o VSR — agora disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) — para reduzir as internações pelo vírus no próximo ano. 

“É fundamental que as gestantes, a partir da 28ª semana de gravidez, vacinem-se contra o VSR, garantindo que seus filhos fiquem protegidos. Grávidas fazem parte do grupo prioritário. A recomendação é tomar a dose única a cada gestação”, explica.

Vacina já está sendo distribuída em todo o país

O Ministério da Saúde iniciou a distribuição nacional da vacina contra o VSR, vírus responsável pela maior parte dos casos de bronquiolite em bebês. O primeiro lote, com 673 mil doses, já chegou aos estados e ao Distrito Federal, permitindo o início imediato da imunização de gestantes a partir da 28ª semana. A estratégia busca proteger recém-nascidos nos primeiros meses de vida, período em que o risco de complicações respiratórias é mais elevado.

A oferta gratuita pelo SUS representa um avanço importante, já que o imunizante pode custar até R$ 1,5 mil na rede privada. A chegada da vacina é resultado de uma parceria entre o Instituto Butantan e o laboratório fabricante, que fará a transferência da tecnologia para produção nacional. 

Estudos clínicos mostram que a vacinação materna reduz em mais de 80% os casos graves de VSR em bebês nos primeiros 90 dias após o nascimento. 

Vacina contra o vírus sincicial respiratório começa a ser distribuída em todo o país

Queda nos casos de SRAG

Em nível nacional, os casos de SRAG apresentam tendência de queda tanto no longo prazo (últimas seis semanas) quanto no curto prazo (últimas três semanas). Apenas Roraima e Rondônia registram incidência em níveis de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas, com sinal de crescimento no longo prazo.

Embora os casos graves por influenza A tenham diminuído significativamente no Centro-Oeste e mostrem sinais de início de queda em boa parte do Sudeste e na Bahia, o vírus segue como a principal causa de SRAG entre jovens e adultos de 15 a 49 anos. Entre idosos, continua sendo uma das principais causas de hospitalização por SRAG, ao lado da Covid-19.

Estados e capitais

Sete estados apresentam níveis de incidência de SRAG classificados como alerta, risco ou alto risco, embora sem tendência de crescimento no longo prazo: Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe.

Entre as capitais, apenas Aracajú (Sergipe), Porto Velho (Rondônia) e Boa Vista (Roraima) registram níveis de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco.

Casos e óbitos 

Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, entre os casos positivos de SRAG, a prevalência foi de:

  • 38,4% – rinovírus
  • 24,3% – influenza A
  • 13,8% – Covid-19
  • 5,6% – vírus sincicial respiratório (VSR)
  • 2,5% – influenza B

Entre os óbitos confirmados no período, os números indicam:

  • 40,1% – Covid-19
  • 28,9% – influenza A
  • 16,2% – rinovírus
  • 3,6% – VSR
  • 2,5% – influenza B

O levantamento do InfoGripe tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, atualizados até 29 de novembro, e é referente à Semana Epidemiológica (SE) 48. Confira outros detalhes no link.

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