Adriana Machado, da Ascom – SSP/DF
Um método inovador de busca e rastreamento está sendo ensinado a pelo menos sete cães – das raças Pastor Belga de Malinois, Pastor Alemão e Rottweiller – do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), da PolÃcia Militar do Distrito Federal (PMDF). A técnica – Mantrailing – é baseada na habilidade do cão em distinguir um odor especÃfico – que é apresentado a ele a partir de peças de roupa, jóias, calçados usados, por exemplo – e ele segue em busca desse cheiro.
“Esta é uma técnica utilizada principalmente para busca e salvamento de pessoas em matas, mas estamos adaptando o formato para utilizar na busca de suspeitos . Desta forma, as ações policiais com apoio dos cães poderão ser ainda mais efetivasâ€, explica o Comandante do BPCães, Major Carlos Reis.
Atualmente, o método utilizado pelo batalhão é o rastreio, ou seja, o animal segue um caminho deixado no mato, como relata Reis. “O formato utilizado pelo BPCães é eficiente e funciona muito bem, principalmente em locais de mata. Mas a trilha seguida pode não ser necessariamente do suspeito.
“Com a nova técnica, podemos atuar também em áreas urbanas, pois o cão buscará um odor especÃfico deixado pelo caminho†Major Carlos Reis, comandante do BPCães
Com a nova técnica, podemos atuar também em áreas urbanas, pois o cão buscará um odor especÃfico deixado pelo caminho. Com o processo natural de urbanização das cidades, as possibilidades de utilização do cão de rastreio foram reduzidas a espaços rurais cada vez menores, o que pode limitar a atuação dos policiaisâ€
Capacitação
Em março desse ano , dois policiais passaram oito dias em João Pessoa, fazendo um curso para aprenderem a técnica. “Fizemos o primeiro nÃvel da formação, ainda será necessário passarmos por mais duas fases. Mas o conhecimento adquirido neste primeiro momento já nos permite ensinar outros colegas e treinar os cãesâ€, relata o Cabo Alex Felix.
De acordo com Alex, o resultado do treinamento é muito eficiente. “Os cães do Mantrailing podem fazer buscas em trilhas extremamente envelhecidas, enquanto um cão de rastreamento é limitado apenas a trilhas novas, geralmente com menos de 30 minutos. Em uma média de oito meses os animais poderão participar de nossas operações com a essa nova técnicaâ€.
Todo o treinamento é realizado por meio da colaboração do binômio condutor/cão. “Neste formato de busca, o cão direciona o policial. Os dois ficam unidos por uma guiaâ€, completa Alex.
Outros cursos
A busca pelo aperfeiçoamento de técnicas é constante pelos policiais do batalhão. “Seguindo todos os protocolos de segurança sanitária, temos conseguido participar de capacitações especÃficas para melhoria contÃnua de nossos processosâ€, conta Major Reis.
Neste ano, dezesseis policiais lotados na unidade policial participaram do treinamento oferecido pela Embaixada de Israel – “Emprego de Cães no Combate ao Terrorismo: a doutrina e treinamento das forças de segurança de Israel na detecção de explosivosâ€. Outros oito policiais realizaram o curso APH Tático, voltado para primeiros socorros à vÃtimas de arma fogo, em uma empresa formada por policiais federais. Mais 12 realizaram o mesmo treinamento, na PolÃcia Rodoviária Federal.
Produtividade no trimestre
O BPCães completa 53 anos em 2021. Neste perÃodo, coleciona participação em operações bastante exitosas. O reforço de quatro patas é essencial na identificação de substâncias ilÃcitas e armas. Só primeiro semestre deste ano, o número de acionamentos para apoio em operações realizadas por unidades da PMDF e a outras instituições, como PolÃcia Civil do Distrito Federal (PCDF) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), chegou a 300. A maior parte dos 45 cães desempenha dupla função: no policiamento ostensivo/choque e detecção de substâncias.
“Eles são como um quarto policial dentro da viatura. O uso do animal é essencial em ações em que suspeitos, durante fuga, deixam armas ou drogas pelo caminho, principalmente em ações feitas à noite ou em locais de difÃcil acesso, como matagais e escombros. O faro dos cães é primordialâ€Major Carlos Reis, comandante do BPCães
Parte das viaturas do Batalhão foi adaptada para transportar os cães. “Eles são como um quarto policial dentro da viatura. O uso do animal é essencial em ações em que suspeitos, durante fuga, deixam armas ou drogas pelo caminho, principalmente em ações feitas à noite ou em locais de difÃcil acesso, como matagais e escombros. O faro dos cães é primordialâ€, ressalta o comandante do BPCães.
Filhotes farejadores
Os futuros cães farejadores precisam ter impulso muito elevado, pois eles diariamente irão caçar a substância que queremos que ele encontre.
O treinamento dos filhotes começa quando completam 30 dias de vida. Este é o inÃcio de uma grande amizade e parceria entre o policial e o cão. O tempo médio de atuação do animal é de sete anos. Depois desse perÃodo médio, ele é aposentado.
Os ensinamentos começam mostrando os locais em que o cão irá trabalhar quando adulto, como cascalho, lama, grama, piso liso de shopping e de metal e metrô. Logo depois, conhecem ambientes com sons de todos os tipos, como rodoviárias, barulho do motor de ônibus, estampidos.
Os cães são preparados para identificar explosivos, entorpecentes, armas e munição. O treinamento para esse trabalho é realizado com uso de caixas com os odores que eles deverão identificar nas buscas. Para isso, são estimulados a caçar os motivadores – que são brinquedos como bolas e mordentes. “Eles aprendem que, ao encontrar aquele cheiro, receberão uma recompensa, que é o brinquedo. Para o cão, que é o nosso principal colaborador, o treino é sempre encarado como uma brincadeira e dever ser sempre muito prazerosoâ€, diz Reis.
Confira as fotos:Â
Edição: João Roberto e Lanna Morais
Fonte: SSP/DF