Michel Temer

As críticas aumentaram após o anúncio dos Ministros no Governo Temer (PMDB). Alguns indicados são filhos de caciques da política brasileira, outros são integrantes da lista de corruptos, mas nenhuma mulher foi contemplada para vaga de ministra, o que pegou muito mal.

Para alguns, a falta da figura feminina na nova equipe de composição do Governo Temer é apenas a confirmação da falência do gênero feminino, que vinha conquistando o diferencial na esfera política. Temer chegou colocando de lado a Secretaria da Mulher, que teve papel fundamental na construção de políticas públicas de proteção da mulher brasileira. Trabalho bem avaliado, colocado em prática durante anos de existência desta Secretaria, e que garantia a participação da mulher na Política Brasileira.

Existem os que preferem colocar a mulher na mesma posição do homem, sem distinção de gêneros, e as que se vitimizam com o pseudo feminismo. Mas será que isso acontece no dia a dia da mulher Brasileira? O PMDB é um partido grande, porém limitado à parentela dos caciques políticos que seguram a legenda indicando seus familiares em total poder dos cargos da Executiva do partido, colocando assim todo o domínio partidário da legenda nas mãos de poucos. Basta pegar a lista da legenda na eleição passada para verificar os nomes que compuseram a cota de 30% para mulheres. Com número pequeno e sem expressão política, a mulher no partido é colocada em banco de reserva apenas para o cumprimento das cotas partidárias. Os recursos de campanha não chegam ao famoso sexo frágil, tudo planejado para dificultar o empoderamento da mulher na política.

Um vexame que nos coloca como minoria no parlamento e também no executivo. Mas se o Presidente Michel Temer não conseguiu achar mulheres qualificadas para sentar nas cadeiras do seu governo, por que as ocupou com corruptos envolvidos em escândalos? Essa resposta é fácil: nenhum dos Caciques políticos tiveram filhas mulheres para indicar aos cargos.

A extinção da Secretaria Pública da Mulher nos deixam vulneráveis à grande violência que enfrentamos no dia a dia das brasileiras. Ficaremos dois anos no retrocesso dos nossos direitos adquiridos? Se a mulher é igual ao homem na sociedade, por que somos ainda vítimas de estupros e feminicídios? Se na política somos iguais, por que as cotas partidárias existem e as verbas partidárias são colocadas como prioridade para homens entrarem no poder?

O Presidente já anunciou que o erro de não haver mulheres em seu governo pode ainda ser corrigido por meio da indicação de uma mulher para o MEC, que voltou a ter a pasta da Cultura na sua composição. Nós mulheres sonhamos com tratamento igual, será que esse sonho chegou com o esquecimento do Presidente Michel Temer? Fato é que no Brasil um segmento político nunca é esquecido: os corruptos.

 

Cris Oliveira