A expectativa pelo início do período chuvoso deve servir como alerta para o aumento dos casos de dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Isso porque o Distrito Federal registra aumento dos casos de dengue de 22,2% em relação a 2019. Com a chegada das chuvas, a tendência é de que apareçam novos focos de mosquitos diante da possibilidade de antigos reservatórios de água encherem novamente, reativando o ciclo do mosquito, cujos ovos podem sobreviver sem água até 450 dias.

A forma mais eficaz de prevenção de dengue, zika e chikungunya é o combate ao Aedes aegypti, impedindo-se seu nascimento. Os principais criadouros do mosquito ainda são encontrados nas residências – principalmente em quintais –, como baldes sem tampa, vasilhas, pratos de planta e caixas d’água destampadas. Mas não se pode descuidar da atenção a pequenos reservatórios, como vasos de planta, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado e poço de elevador, entre outros.

“Não podemos cruzar os braços dia nenhum. A dengue é uma doença séria e, por isso, as ações vão continuar diariamente por todo o ano”
Reginaldo Braga, gerente da Vigilância à Saúde

Considerado um inseto doméstico, o Aedes aegypti é um oportunista, que orbita sempre próximo a locais de circulação de pessoas.  O mosquito se alimenta preferencialmente durante o dia, mas também pode picar à noite.

De acordo com o último Boletim Epidemiológico, que leva em conta os dados até o dia 26 de setembro, foram confirmados 67 casos de dengue grave com 44 óbitos no DF. No mesmo período do ano passado foram registrados 48 óbitos. O número de casos prováveis de dengue registrados foi de 45.112.

Além do trabalho de educação e orientação à sociedade, a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) atua no Distrito Federal com estratégias específicas e manejo ambiental em locais que estão com mais número de casos confirmados.

A Dival atua com armadilhas, aplicação de UBV pesado (fumacê), visitação em casa, recolhimento de inservíveis e utilização de drone, entre outras estratégias de combate. Para a vistoria de residências estão mobilizados 600 agentes, divididos por todas regiões administrativas do DF. Para reforçar esse efetivo, a atual gestão da Secretaria de Saúde contratou mais 268 profissionais temporariamente.

Sanear Dengue

Neste ano as ações contra a dengue ganharam um reforço no DF: o programa Sanear Dengue. Ele é composto pelas secretarias executivas das Cidades e de Políticas Públicas, ambas da Secretaria de Governo, além da Dival, com apoio do Corpo de Bombeiros (CBMDF) e das administrações regionais.

O Sanear Dengue é um dos braços do Sanear DF e foi pensado de forma emergencial para amenizar o contágio pelo mosquito. Foi criado para atender às cidades com mais incidência da dengue.

Tonéis são exemplos de potenciais criadouros de mosquito, e por isso devem estar sempre higienizados e vedados | Foto: Agência Saúde

Segundo o gerente de campo de vetores e animais peçonhentos, da Vigilância Ambiental, Reginaldo Braga, a parceria de vários órgãos em favor do combate ao mosquito da dengue é importante porque “essa é uma responsabilidade de todos, um trabalho árduo para o bem de todos”.

O Sanear Dengue tem o objetivo de entrar 2021 sem qualquer caso notificado. “Não podemos cruzar os braços dia nenhum. A dengue é uma doença séria e, por isso, as ações vão continuar diariamente por todo o ano. Daqui a pouco o período das chuvas recomeça e precisamos estar atentos, já que o Aedes aegypti costuma desovar nessa época e há grande proliferação”, conclui.

 

* Com informações da Secretaria de Saúde

Fonte: Agência Brasília