As mulheres do Distrito Federal representam mais de 90% dos beneficiados em programas administrados pela Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes). O atendimento a essas líderes de família reforça a importância delas para gerir o lar e também a preocupação do GDF em caminhar nesse sentido.
58.018mulheres recebem o Cartão DF Social
Em dois dos programas do GDF, essa marca supera os 90%, sendo 65.930 atendidas pelo Cartão Gás – o que representa 94,16% do público – e 58.018 mulheres a receberem o DF Social, chegando à marca de 93,02% do total. No Cartão Prato Cheio, distribuído a 72.160 mulheres, elas são 84,96% da totalidade de beneficiários.
Madalena Pereira Rodrigues de Sá, 57 anos, é uma das mulheres que fazem parte desta estatística. Após ter que parar de trabalhar devido a um câncer de mama, ela tem como única fonte de sustento os programas sociais. “Eu trabalhei por 15 anos num sindicato rural, mas pedi o afastamento porque estou fazendo tratamento e esperando para fazer cirurgia; estou vivendo hoje da assistência social”, conta.
Moradora do Núcleo Rural Boa Vista, na Fercal, Madalena é beneficiária do Cartão Prato Cheio e do DF Social, auxílios importantes para melhorar sua qualidade de vida. “Recebi o Prato Cheio por um ano e fiz o recadastramento”, conta. “É com esse dinheiro que eu garanto a mistura – carne, frango, ovos e verdura -, alimentos de que eu preciso para o meu tratamento. Com o DF Social, eu pago os remédios que uso para diminuir minhas dores e minha insônia”.
Sustento feminino
Dados do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF, ex-Codeplan) jogam luz ao tema e a necessidade do atendimento constante às mulheres. Nas famílias de baixa renda, 38,5% possuem filhos – uma média acima das demais classes sociais. É também na classe baixa que aparece o maior número de mães monoparentais, ou seja, a mãe é a única responsável pela criação dos filhos, com 17% se enquadrando nesse perfil. E é também na classe baixa que está registrado o menor percentual de pessoas casadas: 42,2%.
Moradora do Bananal, na Fercal, Kátia Patrícia Ferreira da Costa, 29, sustenta os nove filhos de 2 a 14 anos com auxílio dos programas oferecidos pelo GDF. Beneficiária do Cartão Prato Cheio há dois anos, há um ano e meio ela passou a ser atendida pelo Cartão Gás.
“Eu tenho nove crianças pequenas e um filho especial, então não posso trabalhar fora”, afirma. “Os benefícios têm me ajudado muito”. O Cartão Prato Cheio, ela aponta, garante itens fundamentais no cardápio da família: “Com os R$ 250, eu compro arroz, feijão, verduras e um pouco de carne”.
Já o valor que Kátia economiza com o botijão, graças ao Cartão Gás, é utilizado para comprar o que complementa a alimentação em casa. “O dinheiro que eu economizo, uso para comprar outra coisa, como uma caixa de leite, uma fruta”, diz. Sem esses benefícios, explica, não seria possível sobreviver. Kátia se inscreveu no final do ano passado no DF Social e aguarda a primeira liberação do crédito.
Papel essencial
A política de assistência social tem na família o seu principal foco de atuação. “A mulher é a figura responsável por esse núcleo”, reforça a secretária de Desenvolvimento Social, Ana Paula Marra. “Ilustra isso o fato de que cerca de 90% dos nossos programas sociais têm a mulher como beneficiária. Analisando cada caso, estamos falando de mães solos e chefes de família, que muitas vezes se dividem entre tarefas diárias profissionais e domésticas.”
No caso do Prato Cheio, que disponibiliza mensalmente R$ 250 para a compra de alimentos na rede cadastrada pelo governo, 86 mil famílias são atualmente atendidas por esse programa que combate a insegurança alimentar no DF.
Já o DF Social é uma benefício de transferência de renda às famílias inscritas no Cadastro Único e cuja renda seja inferior a meio salário mínimo. Cada uma de 70 mil famílias recebe mensalmente R$ 150. Por fim, o Cartão Gás paga R$ 100 aos cadastrados, a cada dois meses, para que eles façam a aquisição de um botijão de gás de 13 kg.