São Paulo — A libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é destaque nos noticiários internacionais nesta noite. Lula, que foi condenado em duas instâncias por corrupção e lavagem de dinheiro, foi solto hoje depois de 1 ano e 7 meses de prisão.

O ex-presidente e cerca de 5 mil outros presos foram beneficiados pela decisão do STF que, na noite de quinta-feira, pronunciou-se contra o cumprimento da pena antes de esgotadas todas as possibilidades de defesa.

Veja, a seguir, o que dizem alguns noticiários internacionais sobre a saída de Lula da prisão:

The Guardian

O jornal londrino The Guardian relata o entusiasmo dos militantes esquerdistas que receberam Lula na saída da prisão: “Lula foi recepcionado na sexta-feira por apoiadores em delírio na saída do quartel da polícia em Curitiba, onde ficou preso por 580 dias.”

O noticiário também destaca o poder carismático do ex-presidente: “Mesmo na prisão, ele projetou uma enorme sombra sobre o debate político no Brasil. Mas sua libertação só deve ampliar as divisões políticas no país.”

The New York Times

O site do jornal norte-americano The New York Times destaca que a decisão do STF que levou à libertação de Lula tem implicações amplas nos casos de corrução: “A decisão de quinta-feira, por 6 votos a 5, tende a afetar milhares de presos, incluindo figurões condenados por corrupção. Também se prevê que essa decisão vá prejudicar os esforços do Brasil de eliminar a corrupção endêmica.”

O New York Times ainda observa que a saída de Lula da prisão deve aumentar a polarização política: “Ainda que o Sr. Silva não possa se candidatar a cargos públicos a menos que tenha sua condenação revertida, sua mera libertação pode elevar o tom da política brasileira ao posicioná-lo como um feroz rival esquerdista do presidente Jair Bolsonaro”, diz.

Le Monde

O diário parisiense Le Monde observa que a decisão do STF contra a prisão após condenação em segunda instância enfraquece a operação Lava Jato e sua cruzada contra a corrupção: “A perspectiva de ser presos imediatamente após perder o primeiro julgamento de apelação encorajou os suspeitos a negociar acordos de delação premiada com os procuradores e a fornecer informações no âmbito das investigações anticorrupção.”

O jornal prossegue: “Os procuradores da Lava Jato deploraram uma decisão que vai complicar seu trabalho e favorecerá a impunidade em razão dos procedimentos de apelação ‘excessivos’ do sistema judiciário brasileiro.”

Fonte: Revista Exame