Autoridades ucranianas e russas se reuniram na fronteira com Belarus nesta segunda-feira (28) para discutir um possÃvel cessar-fogo na Ucrânia, cinco dias após o inÃcio da invasão russa que desencadeou uma série de sanções diplomáticas e econômicas contra Moscou, mas a tentativa de diálogo terminou sem avanços.
Após algumas horas de discussões “difÃceis”, de acordo com o oficial ucraniano Mikhaïlo Podoliak, as delegações retornaram à s suas respectivas capitais para consultas antes de novas conversas.
Enquanto a presidência ucraniana diz que quer negociar um cessar-fogo imediato, nada no terreno indica que os eventos estão tomando esse rumo, com as tropas russas continuando a avançar lentamente em direção a Kiev, enquanto os ataques com foguetes em Kharkiv, a segunda cidade do paÃs, deixaram ao menos 11 civis mortos, de acordo com uma autoridade local.
Enquanto ucranianos e russos negociavam, o presidente francês Emmanuel Macron falou ao telefone com seus colegas ucranianos Volodimir Zelensky e o russo Vladimir Putin.
Segundo a Presidência francesa, Macron pedia a Vladimir Putin que encerresse sua ofensiva e aceitasse um cessar-fogo, ao mesmo tempo em que o exortava a respeitar o direito humanitário e poupar civis.
Novas sanções
Ao mesmo tempo, os paÃses ocidentais divulgaram novas sanções contra a Rússia e começaram a implementar as anunciadas nos últimos dias, incluindo a exclusão de vários bancos russos da rede interbancária Swift, bem como sanções direcionadas à s reservas em moeda estrangeira do Banco Central depositadas no exterior.
Essas medidas sem precedentes adotadas neste fim de semana pela União Europeia (UE) e segunda-feira pelos Estados Unidos fizeram com que o rublo caÃsse para uma baixa histórica em relação ao dólar. A Bolsa de Valores de Moscou permaneceu fechada na segunda-feira, enquanto o Banco Central russo aumentou urgentemente sua taxa básica de juros de 9,5% para 20%, na tentativa de conter a fuga de capitais.
A SuÃça, um paÃs tradicionalmente neutro, anunciou que aplicaria certas sanções adotadas pela UE, incluindo a proibição de uso de seu espaço aéreo, inclusive para jatos particulares russos, e o congelamento de ativos de certos lÃderes russos.
O Japão e a Coreia do Sul indicaram, por sua vez, que participarão na exclusão de vários bancos russos da rede interbancária Swift. Segundo o jornal Straits Times, Cingapura também pretende impor sanções e restrições à Rússia.
A pressão também aumentou sobre as empresas ocidentais que têm investimentos na Rússia após a decisão do grupo petrolÃfero BP BP.L de se retirar completamente deste paÃs.
Comitê OlÃmpico Internacional
Mais simbolicamente, o Comitê OlÃmpico Internacional recomendou na segunda-feira a proibição de todos os atletas russos e bielorrussos – cujo paÃs serve de base de retaguarda para a invasão – das competições internacionais, abrindo caminho em particular para a suspensão da Rússia da Copa do Mundo deste ano pela Fifa, a pouco mais de três semanas de seus últimos jogos dos playoffs.
Sancionada por todos os lados, a Rússia começou a retaliar anunciando o fechamento de seu espaço aéreo para empresas de 36 paÃses, incluindo os 27 estados da UE.
A Rússia, que fornece cerca de 40% do gás natural usado na UE, também poderia usar a arma energética, uma possibilidade que está no centro de uma reunião de emergência dos Ministros da Energia dos Vinte e Sete marcada para o final desta segunda.
“A energia não ficará de fora deste conflito, gostemos ou não”, disse o chefe de polÃtica externa da UE, Josep Borrell, durante uma entrevista coletiva. “Temos uma dependência do gás russo e é uma questão existencial reduzir essa dependência.”
Para as autoridades ucranianas, a prioridade continua sendo resistir à ofensiva militar russa, enquanto cada vez mais paÃses europeus anunciam sua intenção de entregar armas defensivas, em particular armas antitanque, a Kiev.
A Itália e a Finlândia anunciaram notavelmente na segunda-feira sua intenção de fornecer essas armas à Ucrânia, ecoando a decisão sem precedentes tomada pela UE de financiar a compra e a entrega de armas e equipamentos em Kiev, uma decisão denunciada segunda-feira pelo Kremlin como hostil agir em relação à Rússia.
*É proibida a reprodução deste conteúdo.
Fonte: Agência Brasil