Ex-chefe de inteligência e contrainteligência militar da Venezuela, Hugo Carvajal afirma, em carta aberta, que Maduro pagou 500 mil dólares por sacrifícios em Cuba, e que o ditador venezuelano é devoto da Santería, uma religião africana que pratica o sacrifício humano com o objetivo de agradar aos deuses.

Carvajal também informou aos cidadãos que nunca foi dispensado do cargo por Nicolás Maduro, mas que decidiu deixar o governo por não concordar com a chegada dos cubanos no Dirección General de Contrainteligencia Militar (DGCIM). Ele também reiterou que o objetivo da carta seria denunciar as “barbaridades” e o “alto nível de falsidade” de Maduro.

Homem-chave no regime socialista venezuelano, Hugo Carvajal afirma em carta que a entrevista concedida pelo ditador, onde tenta esconder a real situação do país e procura se firmar como cristão, é extremamente falsa. “Você é um devoto da Santería, seguidor de Sai Baba”, disse Carvajal.

Segundo denuncia, Maduro seria seguidor de Sai Baba, um guru, líder religioso e místico, considerado por muitos como um avatar (encarnação na forma humana de um ser divino). O guru dizia ser a reencarnação de Shirdi Sai Baba, um religioso eclético indiano do século XIX venerado tanto por hindus quanto por muçulmanos.

O guru também afirmava em seus ensinamentos religiosos, que um dia se tornaria “Prema Sai Baba”, a encarnação divina elevada do líder, que conduziria a Terra a um período de paz mundial.

Em sua denúncia, o ex-aliado diz que Maduro enviou a Havana, capital de Cuba, por um avião da PDVSA, a petroleira venezuelana, uma mala com US$ 500 mil em dinheiro vivo para que fossem realizados sacrifícios em seu favor.

Cristão

Em uma entrevista tensa concedida pelo ditador ao jornalista mexicano-americano Jorge Ramos, da Univisión, ele afirma que é cristão e que ora todos os dias. “Eu sou um homem apegado a valores espirituais, a valores legais. Um cristão profundo, praticante, diário, um homem de oração”, diz o ditador.

Essa entrevista foi gravada em fevereiro deste ano, mas acabou vindo a público somente agora, pois na época a gravação foi interrompida por Maduro, que ordenou que o material fosse recolhido, incluindo as câmeras e celulares da equipe, e que todos fossem imediatamente depostos do país.