A cerimônia de premiação do arremesso de peso classe F57 da Paralimpíada, realizada no Estádio Olímpico na madrugada deste sábado (4), foi marcada pela polêmica envolvendo a invalidação do resultado da prova final, com a anulação dos dois melhores arremessos do brasileiro Thiago Paulino, que perdeu o ouro e ficou com o bronze. Da chegada à saída do pódio, o brasileiro protestou e expressou sua indignação durante toda a cerimônia.

Paulino subiu ao pódio primeiro, como fazem todos os terceiros colocados, mas, ao passar pelo centro do tablado, na posição do medalhista de ouro, pisou firme e apontou para o chão, como se marcasse sua posição de contrariedade à decisão final. Com aquele gesto ele expressou, sem dizer qualquer palavra, que, na verdade, ele era o legítimo medalhista de ouro.

Durante toda cerimônia de premiação, Paulino mostrou sua revolta com o ocorrido. Sinalizou negativamente várias vezes, inclusive quando recebeu a medalha de bronze. No momento das fotos, Paulino abaixou a cabeça e ergueu o punho direito. Além dele, o também brasileiro Marco Aurélio Borges participou da premiação, ficando com a prata.

Chineses apelam ao júri do IPC

Thiago Paulino perdeu a medalha de ouro mais de dez horas após conquistá-la. O Comitê Paralímpico Chinês entrou com um recurso contra o segundo e o terceiro arremessos do brasileiro. Os dois arremessos foram os melhores entre os de todos os competidores, e o maior deles, de 15,10 metros (m), foi o da medalha de ouro. Com a invalidação, Paulino caiu para o terceiro lugar, com a sua melhor marca ainda válida sendo de 14,77 m.

A prova acabou às 9h50 (horário de Brasília) desta sexta-feira (3), e perto das 21h do mesmo dia veio a decisão da organização dos jogos aceitando uma apelação da China, que invalidou os melhores arremessos de Paulino. Segundo o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), o vídeo oficial dos arremessos foram revisados e os árbitros da prova consultados antes da decisão final.

Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os chineses protestaram durante e após a prova, mas os árbitros não aceitaram os argumentos. Por isso, foram ao júri de apelação, uma instância do IPC. Esse júri decidiu de forma favorável à apelação, mas não revelou qual imagem mostrava a irregularidade dos arremessos.

“O Brasil apresentou imagens das transmissões de TV dos arremessos em que não havia qualquer indício de infração no movimento de arremesso do atleta, mas a alegação do júri é que o vídeo acusatório seria de outro ângulo, mas se recusou a mostrar o vídeo que embasou a decisão”, afirmou o CPB em nota.

Fonte: Agência Brasil