O balancete corintiano referente ao exercício atual, entre janeiro e julho, apresentou a ascensão da dívida do clube para a casa dos R$ 500 milhões e o crescimento também do déficit, que passou de R$ 14,6 milhões para R$ 17,3 milhões em 2018. De acordo com o diretor financeiro do clube, Matias Romano Ávila, a situação está sob controle apesar dessa guinada. Recentemente fechado com a Globo, o contrato novo de direitos de transmissão da Série A deixa o clube esperançoso.
“A dívida aumentou em R$ 30 milhões (superando R$ 500 mi), mas foi pelo investimento que fizemos em aquisição de jogadores. Temos 60% da dívida para 20 anos, em longo prazo. A dívida de curto prazo é do tamanho do déficit, de R$ 17 milhões. O futuro está garantido, absolutamente controlado. O clube não deve impostos e nem salários”, comentou Romano.
Segundo ele, os valores dos contratos referentes a jogadores que chegaram após a Copa – Araos, Douglas, Sergio Díaz, Jonathas e Danilo Avelar – explicam a ascensão do déficit. Mesmo os que foram adquiridos por empréstimo ajudam para que esse número cresça, já que os salários são encargos que cabem ao Corinthians. Para tentar inverter o cenário difícil, o clube tem apostado em jovens, como foi por exemplo o chileno Araos, ainda em adaptação, mas que oferece maior perspectiva de revenda.
Não foi por acaso que o presidente Andrés Sanchez, em situação difícil no Brasileirão, declarou recentemente que a Copa do Brasil era prioridade. O torneio é considerado a tábua de salvação para as finanças do clube no exercício 2018, e mesmo um eventual vice-campeonato já teria impacto positivo. Caso passe pelo Flamengo após um empate fora de casa, o Corinthians embolsaria R$ 20 milhões de premiação e poderia chegar a R$ 50 milhões em caso de título.
“Nossa meta é zerar o déficit até o fim do ano. Se passar pelo Flamengo, resolve a situação”, calcula Ávila.
Direitos de transmissão vendidos à Globo dão esperança
Acordado há poucos meses para a Rede Globo e o Premiere FC, o novo contrato de direitos de transmissão do Brasileiro (para 2019, 2020 e 21) deixa o clube otimista. Nesse formato de acordo, não haverá mais apenas um valor fixo, mas bonificações referentes a índices de audiência e desempenho na Série A.
No melhor cenário, o Corinthians avalia que poderá receber 45% a mais com o contrato do Brasileiro que já começou a ser pago recentemente. “O clube levou uma vantagem por ter sido o primeiro a aderir, entrou como carro chefe. Melhorou o nosso pagamento mensal e tem luvas por três anos”, acrescentou Ávila.
Como parte desse acordo, o Corinthians também desbloqueou a comercialização de placas de publicidade da Arena, que antes eram automaticamente repassadas à Globo. A receita que era estimada em R$ 5,5 milhões passou a ser de R$ 12 milhões, com comissões pagas para a empresa Sport Promotion. Caso a empresa consiga vender até R$ 15 milhões, o clube ficará com 80% do valor extra.