2018 começa com excelente notícia: a Islândia tornou-se o primeiro país do mundo a aprovar uma lei que proíbe a diferença salarial entre homens e mulheres que exercem um mesmo cargo.
A nova lei determina que as empresas privadas e agências governamentais – que tenham mais de 25 funcionários – serão obrigadas a obter uma certificação especial do governo sobre as políticas de igualdade de remuneração. Caso contrário, poderão ser multadas.
A medida faz parte de um plano governamental para eliminar a desigualdade salarial até 2022.
Uma das principais razões para a grande mobilização em torno da implementação da lei, é que quase a metade de seus parlamentares são mulheres. Isso confirma a importância da representatividade feminina nos parlamentos!
Trata-se de uma grande conquista para as mulheres, não só da Islandia mas de todo o mundo, pois a disparidade salarial entre generos continua sendo uma barreira para o empoderamento econômico das mulheres.
Relatorio da OIT (Organizacao Internacional do Trabalho), revela que na média global, as mulheres ganham apenas 77 centavos para cada dólar recebido pelos homens. Assim, a renda das mulheres ao se aposentar pode ser equivalente à metade daquela acumulada pelos homens, o que perpertua a situação de vulnerabilidade.
“A diferença salarial entre homens e mulheres reflete a posição injustificadamente diminuída de muitas mulheres na sociedade e ajuda a mantê-las nessa situação”, afirmou a diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka.
Com o objetivo de enfrentar o problema a ONU Mulheres se juntou a atriz norte-americana Patricia Arquette (Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2015 ) e lançou em Nova Iorque, paralelamente à 61ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher (CSW), a campanha #StopTheRobbery (“Pare com o Roubo”, em tradução livre), para aumentar a consciência sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres (saiba mais: https://www.23percentrobbery.com/).
Portanto, a disparidade salarial entre generos é reconhecida e considerada uma importante barreira para o empoderamento econômico das mulheres pela entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres).
Outra barreira ainda enfrentada pelas mulheres no mundo corporativo é o preconceito.
Pesquisa realizada pela Robert Half, empresa especializada em recrutamento, concluiu que a questão não se limita a equiparação salarial, mas nas oportunidades de crescimento, desenvolvimento e respeito pelas mulheres.
A empresa listou 5 frases que as mulheres costumam ouvir no trabalho:
Clichê
“Está na TPM”
Beleza
“Se arrume porque a reunião é com o diretor”
Exclusão
“Esse cargo é só para homens”
Casamento
“Você tem marido e não precisa ganhar mais”
Comparação
“Gosto de trabalhar com você porque trabalha feito homem”
Assim, além da necessária legislação, é preciso lutar contra o preconceito e isso se faz por meio da educação, principal ferramenta promotora de transformação social.
Sejamos pois agentes promotores da mudança onde quer que estejamos. Os direitos das mulheres são direitos humanos!
Sílvia Rita Souza, Educadora, membro da ONG internacional Women’s Democracy Network E-mail: wdnbrazilchapter@gmail.com Facebook: wdnbrazil