Na tarde desta quarta-feira (10) a ministra Damares Alves compareceu diante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. Em diversos momentos, a titular do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi atacada por parlamentares da oposição.
Uma das críticas mais enfáticas veio da deputada Érika Kokay (PT/DF) que ironizou a experiência que Damares teve aos 10 anos de idade e só não se matou porque teve uma visão com Jesus em cima de um pé de goiaba nos fundos de sua casa. Durante anos a ministra foi vítima de pedofilia, sendo estuprada repetidas vezes.
Enquanto prestava esclarecimentos à Comissão sobre como está o funcionamento de 12 conselhos, comitês e comissão ligados à pasta comandada por ela, a ministra foi atacada por Kokay, que reclamou do funcionamento do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
“Como é possível, ministra, que nós não tenhamos em pleno funcionamento um órgão como o Conanda? Porque nem todas as meninas vítimas de violência podem ser salvas por Jesus na goiabeira, nós precisamos de políticas públicas”, ironizou.
Conforme foi explicado, o Conanda teve um atraso “em questão de dias” em suas reuniões do grupo de trabalho, mas está funcionando.
Mesmo que diversos parlamentares tenham reconhecido as firmes ações anunciadas pelo ministra visando a superação da violência na infância, Damares chorou e disse que não esperava tal atitude da deputada.
“Eu não posso me omitir, eu não posso me silenciar, Jesus realmente apareceu no pé de goiaba pra mim. E a forma como a senhora falou em 1 primeiro momento machucou muito essa ministra. Eu senti que a senhora falou de uma forma irônica, a senhora zombou, mas a senhora não zombou somente de uma menina, zombou de milhares de meninas do Brasil. Quem passou pelo calvário que eu passei sabe o que é sentar no colo de um abusador. E eu esperava, deputada, de todo mundo, menos da senhora que é uma psicóloga”, lamentou.
Tentando minimizar, a petista justificou que queria se manifestar contra a assistência religiosa como única forma de apoio a quem sofre violência sexual.
“Eu me solidarizo com a sua dor e com a de milhares de crianças, mas digo que, [além da] assistência religiosa –ainda que seja fundamental, pois eu não duvido que a senhora tenha encontrado a sua salvação–, é preciso ter um plano de enfrentamento à violência sexual que atinge as crianças”, argumentou Kokay.
Durante a fala do deputado Julian Lemos (PSL/PB), criticando a colega petista, foi possível ver Damares chorando: