A corrida eleitoral em Pernambuco começa a ganhar contornos mais definidos a um ano do pleito, e os números recentes indicam um cenário preocupante para a governadora Raquel Lyra (PSD). Mesmo com o apoio de prefeitos estratégicos da Região Metropolitana do Recife (RMR), a gestora aparece em desvantagem em todos os levantamentos divulgados até o momento.
De acordo com pesquisa Genial/Quaest, realizada entre 13 e 17 de agosto de 2025, o prefeito João Campos (PSB) lidera com 55% das intenções de voto, contra 24% de Raquel Lyra. Outros nomes surgem distantes: Gilson Machado (PL) tem 6%, Eduardo Moura (Novo) soma 4%, enquanto 4% dos entrevistados se declararam indecisos e 7% afirmaram votar em branco ou nulo. A amostra contou com 1.104 entrevistas presenciais e margem de erro de três pontos percentuais.
Outro levantamento, divulgado no dia 29 de agosto de 2025 pelo Instituto Conecta, reforça a tendência de liderança de Campos, que aparece com 52% das intenções de voto, contra 31% da governadora Raquel Lyra, mostrando leve recuperação da atual chefe do Executivo estadual.
Já a pesquisa do Real Time/Big Data, realizada em abril deste ano, apontou vantagem ainda maior para o socialista: 67% contra 22%, consolidando a percepção de favoritismo do prefeito do Recife na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas.
Em paralelo, o Paraná Pesquisas, em levantamento feito entre 1º e 5 de agosto de 2025, mediu a popularidade da gestão estadual: 48,7% dos pernambucanos aprovam o governo de Raquel Lyra, enquanto 47,6% desaprovam, um resultado que revela um quadro de divisão e desgaste político.
Mesmo após tentar “surfar” no desempenho de aliados durante as eleições municipais de 2024 — como a vitória de Mirela em Olinda e a reeleição de Mano Medeiros em Jaboatão dos Guararapes —, Raquel ainda não conseguiu converter esses apoios em capital eleitoral próprio. Prefeitos da RMR, considerados peças-chave para a construção de um palanque sólido, não têm conseguido reverter a rejeição da governadora junto ao eleitorado metropolitano.
Enquanto isso, João Campos segue em franca ascensão. Sua visibilidade como gestor da capital, aliada à boa avaliação administrativa e à força da máquina recifense, fortalece sua imagem política. Além disso, o prefeito se beneficia do prestígio histórico do PSB em Pernambuco e vem ampliando sua presença em regiões do interior, tradicionalmente mais ligadas à base de Raquel Lyra.
Analistas políticos avaliam que o cenário atual reforça o favoritismo de João Campos e impõe desafios à governadora, que precisará reconstruir sua base eleitoral, melhorar a comunicação com a população e apresentar resultados mais concretos em áreas estratégicas do governo para tentar equilibrar a disputa até 2026.
Por ora, os números mostram que João Campos segue na liderança isolada, com vantagem confortável e tendência de crescimento estável, enquanto Raquel Lyra enfrenta o desafio de reverter a rejeição e reconquistar o eleitorado da Região Metropolitana do Recife, onde a disputa deve ser decisiva.
Fontes das pesquisas:
Genial/Quaest (agosto/2025), Instituto Conecta (agosto/2025), Real Time Big Data (abril/2025) e Paraná Pesquisas (agosto/2025).