O ex-vice-governador do DF, Tadeu Filippelli, que durante anos era considerado um dos homens mais poderosos e influentes do Distrito Federal, eleito várias vezes deputado federal e chegando a vice-governador em 2010 na chapa com o petista Agnelo Queiroz, mesmo após ter perdido as eleições de 2014, ainda mantém muito poder no Governo Federal, pelas mãos do vice-presidente Michel Temer, que além de nomeá-lo como chefe de gabinete, também abriu espaços para nomear aliados próximos.
Mas o poder de fogo do ex-vice-governador não se limitou ao Poder Executivo Federal, tendo se estendido à Câmara dos Deputados e Câmara Legislativa do DF, onde abriga parentes, ex-assessores e sua noiva. Mas inexplicavelmente o cacique do PMDB-DF deu as costas a ex-candidatos e deixou os parlamentares eleitos a ver navios, tendo emplacado quem realmente considera ser de sua “cozinha”.
Filippelli, que teve sua exoneração do cargo de Chefe de Gabinete do Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, código DAS 101.5, publicada em 1 de outubro, após denúncias que teria empregado familiares nas mais diversas esferas governamentais, e que agora aguarda ser nomeado para um ministério, não vem medindo esforços para tentar recuperar sua força política.
Mas parece que o clima no PMDB anda quente e antigas lideranças do partido, como forma de protesto, simplesmente não compareceram à convenção da legenda, que ocorreu neste domingo (24). O que mais chamou a atenção foram as ausências dos suplentes Hermeto, Daniel de Castro e Georgiano Trigueiros, que somados representam mais de 23 mil votos dados ao partido nas últimas eleições. Outra grande ausência foi do deputado distrital Robério Negreiros que obteve mais de 25 mil votos, fato que garantiu as vagas de Wellington Luiz e Rafael Prudente, na CLDF.
O PMDB-DF, que era uma referência não só em nossa cidade, como força partidária, após se unir com o PT, por vontade própria de Filippelli e de seus aliados íntimos, que na esperança de continuarem recebendo cargos comissionados jogaram a legenda e sua história no ralo, transformaram o partido no Distrito Federal, em mais um partido dentre vários existentes no papel, mas politicamente enfraquecidos e inexpressivos.
A recondução de Tadeu Filippelli ao comando da legenda no DF, com apenas 89 votos dos convencionais, não quer dizer que continue com a mesma liderança política, mesmo comandando o partido com braço forte. Prova disso foi o baixo quórum de presentes na convenção regional que elegeu o Diretório e executiva com o auditório praticamente vazio.
E Filippelli ainda sonha ser candidato ao Governo do Distrito Federal em 2018. Se depender de antigos companheiros, não se elege nem a deputado distrital.
Bons tempos quando o presidente era Odilon Ayres, atualmente vice-presidente. Foi Odilon quem fez o PMDB ser grande no DF, até ter permitido que o recém chegado Filippelli assumisse o partido. O resultado foi o visto neste domingo: uma convenção sem empolgação, propósito e unidade. Lamentável.
Fonte: Donny Silva