As cidades de Ceilândia e São Sebastião serão as próximas que receberão a força-tarefa do Governo do Distrito Federal para tratar de pacientes com suspeita de dengue – depois da Candangolândia e da Cidade Estrutural, onde a ação começou, no sábado (25). Os trabalhos chegarão terça-feira (28) à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Ceilândia e a outra em São Sebastião, e contarão com o mesmo atendimento emergencial realizado nos outros seis centros. Na manhã deste domingo (26), o governador em exercício, Paco Britto, conferiu as instalações das tendas montadas na Estrutural e em Candangolândia. No sábado, ele visitou outros dois centros de atendimento, Planaltina e Sobradinho II.
“O primeiro atendimento é aqui. Queremos desafogar os hospitais. Nós montamos as tendas em uma verdadeira operação de guerra contra o mosquito [aedes Aegypti, transmissor da dengue]”, reforçou o governador em exercício, na presença de duas pessoas que estavam sendo atendidas na tenda montada na Candangolândia.
Uma delas é a moradora de Riacho Fundo, Edvalda de Jesus, 37 anos, que precisou da aplicação de Dramin injetável endovenoso, para cortar a ânsia de vômito. “Para mim, foi um alívio poder ser atendida aqui”, relatou. Ela contou ter sido socorrida pela Samu, que a encaminhou para a estrutura montada na Candangolândia. Já Marcos Vinícius da Conceição Araújo, 19 anos, chegou ao mesmo local com os sintomas da dengue, em sinal de gravidade, segundo informaram os enfermeiros. Ele mora na Vila Telebrasília e está recebendo hidratação venosa.
Atendimento
Só no sábado (25), a estratégia adotada pelo GDF para aumentar os pontos de assistência às pessoas com dengue resultou no atendimento de 195 pacientes, acolhidos nos seis centros de hidratação montados pelo Executivo local. Desses, três pacientes foram removidos para hospitais. O anúncio do reforço à ação de saúde aconteceu durante a visita às tendas montadas na Cidade Estrutural e, em seguida, na Candangolândia.
“É disso que nós precisamos: respostas rápidas”, destacou o vice-governador, acompanhado pelo secretário de Saúde, Osnei Okumoto. “Isso desafoga os hospitais. São quase 200 pacientes que deixaram de procurar os hospitais em uma tarde. Além da rápida resolutividade, foram atendidos sem espera. Essa é a resposta que a população quer”.
Equipes
Nos locais, escolhidos estrategicamente, de acordo com a incidência da dengue, a assistência será prestada por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, que darão rápida resposta ao cidadão que buscar atendimento. Nesses centros são oferecidas as hidratações oral e venosa, além do teste rápido, quando necessário, uma vez que o diagnóstico clínico é soberano.
“Os pacientes que precisam de hidratação e não têm local para fazer acabam procurando os hospitais, sobrecarregando a rede, principalmente o Hospital de Base, que não tem como finalidade esse tipo de atendimento”, avaliou o secretário Osnei Okumoto. “Então, é muito importante ter essas tendas, agora, com o reforço de mais duas, em Ceilândia e em São Sebastião, dando atendimento célere, gerando uma recuperação mais rápida e, principalmente, observando quem tem comorbidades, doenças crônicas, pois esses pacientes serão encaminhados aos hospitais devidamente regulados”.
Serviço
Como funciona
A pessoa que apresentar os sintomas da dengue – febre alta com início súbito (entre 39º e 40º C), forte dor de cabeça, dor atrás dos olhos que piora com o movimento -, manchas e erupções na pele, extremo cansaço, dores nas articulações, náuseas e vômitos, deve procurar um dos centros de hidratação. Não havendo um na sua região, o local mais adequado para a assistência é a unidade básica de saúde mais próxima. Na tenda, há o acolhimento com avaliação clínica e os casos mais graves são encaminhados para os hospitais. Três ambulâncias estão destinadas a este transporte. Cada centro de hidratação tem a capacidade de atender, em média, a 100 pessoas, e funcionará das 7h às 19h, durante as próximas três semanas.
100Número aproximado de pessoas que cada centro de hidratação tem capacidade de atender
Vigilância
O combate ao mosquito aedes Aegypti é constante no Distrito Federal. Durante o período sazonal de manifestação da dengue, a pasta mobilizou, além dos 542 agentes de Vigilância Ambiental, mais 400 militares do Corpo de Bombeiros e 138 homens do Exército, somados aos servidores dos outros órgãos que colaboraram nas diversas ações de combate ao vetor, realizadas em todas as regiões administrativas do DF.
Desde o início do ano, foram inspecionados 389.264 imóveis. O UBV, conhecido popularmente como fumacê, foi aplicado nas redondezas de 453.250 imóveis, tendo sido instaladas 653 armadilhas em diversos outros locais. A retirada de itens inservíveis também ocorreu em várias regiões do DF, de modo a eliminar possíveis criadouros do mosquito.