Na guerra política que sempre antecede as eleições, partidos começam a plantar notícias para enfraquecer adversários. A prática é natural, mas tem hora que é sem lógica. Quando colocam um governador do DF como candidato a Presidente da República, pode saber que a estratégia é exatamente essa: enfraquecer o adversário.

Em entrevistas, Ibaneis começa a deixar no ar a vontade de se reeleger em 2022, e tem se pautado em pesquisas de avaliações do governo para dar andamento a sua candidatura pelo MDB. Parece que o governador não pretende sair do partido que ganhou as eleições em 2018, e tem se alinhado à executiva nacional do partido. Segurando suas alianças feitas durante a campanha, Ibaneis potencializa agora alianças novas com partidos que podem se unir a sua reeleição, uma delas é a aproximação do ex-senador Paulo Octávio, hoje presidente do PSD.

O governador tem apostado no desenvolvimento social como amortecedor do governo. Quando assumiu o governo, colocou em prática o Cartão Prato Cheio que atende hoje 32 mil pessoas que recebem a ajuda depositada no cartão para alimentação da família. No passado apenas 8 mil famílias eram atendidas. Para melhorar ainda mais a alimentação, o governador pretende construir mais cinco restaurantes comunitários, para combater a insegurança alimentar. Outro destaque importante tem sido as obras, viadutos, complexos viários quase prontos, construção de Upas, colégios reformados, drenagens, pavimentação em toda Vicente Pires, Casa da Mulher Brasileira em Ceilândia. O governo tem tocado obras de pequeno, médio e grande porte em várias Regiões Administrativas.

Do nada, um governador mal sucedido em seu governo vai para o segundo turno nas eleições, já que o peso da máquina pública é o divisor de águas entre adversários durante a  eleição. Foi assim com o ex-governador Rodrigo Rollemberg, que enfrentou momentos complicados, como a derrubada de um assentamento com mais de 250 famílias, crise hídrica, entre outros. A regra tem suas exceções. Temos governador que não teve essa sorte e perdeu no primeiro turno, mas as consequências são vistas até hoje em manchetes de corrupção.

A crise que a pandemia do COVID-19 trouxe para o Brasil abalou governadores, mas no DF, Ibaneis continua bem avaliado e podendo andar nas ruas, o que significa que a  população ainda tem respeito pelo chefe do Executivo, o que o encoraja a se reeleger ao cargo.

A pandemia do covid-19 será também o motivo do eleitor pensar se deverá dar continuidade a projetos implantados, ou se vai apostar no zero.

A vacinação em massa também é uma reclamação constante da população brasileira. Se os governadores e prefeitos estivessem livres para comprar e negociar vacinas no início da pandemia, possivelmente esse anseio teria sido contemplado no DF. Portanto no jogo “limpo” da democracia qualquer eleição é válida. Na construção de nominatas e chapas majoritárias, a grande costura partidária é sempre uma caixinha de surpresas. Já é clichê a frase: ganha quem paga a última coca-cola. O que comanda é a articulação nas bases.

 

Cris Oliveira