Audiência HIV

 

Audiência pública que discutiu políticas públicas para portadores do HIV na tarde desta segunda-feira (1°), no auditório da Casa, contou com a presença de centenas de jovens  e de Daniel Souza, filho de Herbert de Souza, o Betinho, ele lembrou que na década de 1980, quando a AIDS surgiu, a doença era “uma sentença de morte”. Daniel considerou que embora tenha havido avanços nos tratamentos e na sobrevida dos portadores, a doença ainda não tem cura. “É preciso responsabilidade e muito cuidado com a prevenção”, alertou Daniel.

 

Celina Leão enfatizou a importância de Betinho na luta contra a AIDS e no combate à fome, nos anos 90. “Agradecemos tudo o que seu pai e a sua família fizeram e representam para o Brasil”, afirmou a deputada.

 

A parlamentar, que mediou o debate, concordou com a importância da prevenção, especialmente entre os jovens e destacou que “a responsabilidade é de todos”. Adolescentes do projeto Jovem de Expressão, de Ceilândia, participaram da audiência e fizeram apresentação de dança.

 

Positivo na Lata – Durante a audiência ocorreu o lançamento do programa de capacitação profissional para soropostivos e filhos de soropositivos Positivo na Lata, que é uma iniciativa da sociedade civil em oferecer aos portadores de HIV/AIDS capacitação em fotografia, como um programa de autoestima aos portadores, que ainda hoje sofrem de preconceito em relação à doença. Os trabalhos fotográficos do Positivo na Lata serão expostos no Museu da República, com inauguração prevista para o dia primeiro de dezembro, Dia Mundial de Combate ao HIV.

 

A faixa etária entre 15 e 24 anos é a mais vulnerável à doença atualmente no Brasil, segundo o diretor nacional do departamento de DST/AIDS do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita. Ele elogiou o fato de o auditório ter como público exatamente meninos e meninas nessa faixa. De forma didática, ele discorreu sobre as formas de transmissão e prevenção. De acordo com Mesquita, as pesquisas feitas pelo ministério apontam que 94% da população brasileira sabe que é importante usar camisinha como método preventivo contra a doença, mas apenas 55% efetivamente a usam. Ele exaltou ainda a figura de “Betinho como o grande exemplo de como a sociedade civil pode lutar contra a AIDS”.

 

As políticas públicas são mais eficazes quando ocorre a “educação de pares, isto é, jovens falando com jovens sobre prevenção”, considerou a médica infectologista da Secretaria de Saúde, Sônia Geraldes. O desafio atual, segundo a médica, é levar informações à população entre 15 e 24 anos. Segundo Geraldes, os jovens precisam saber que a epidemia do HIV é multifacetada. Ela respondeu às perguntas dos participantes sobre formas de contaminação da doença.

 

Preconceito – O gerente de DST/AIDS da Secretaria de Saúde, Sérgio D’ávila, apresentou dados epidemiológicos sobre a doença no DF. Segundo ele, de 1985 a 2014 foram notificados 9.458 casos no DF, sendo que em 2014 cerca de 130 pessoas morreram por causa da AIDS. De acordo com ele, o preconceito envolvendo as questões de sexualidade ainda é muito grande, o que dificulta o trabalho de prevenção.

 

O preconceito contra os soropositivos também foi o destaque da fala do secretário-adjunto de Promoção dos Direitos Humanos, Ráiner Rezende. “A nossa missão é contra a estigmatização do soropositivo”, destacou Rezende, que considerou efetivas as ações conjuntas entre Estado e sociedade civil.

 

A coordenadora de articulação social do Fundo Nacional de Sustentabilidade às Organizações da Sociedade Civil que trabalham no campo das DST,HIV/AIDS (Fundo PositHIVo), Noêmia Lima, disse que o objetivo do fundo é captar recursos para propostas voltadas para os soropositivos. “A efetivação das políticas públicas se dá na comunidade”, afirmou

Fonte: Assessoria