Por Cris Oliveira
A polêmica em torno da cobrança por vagas de estacionamento no centro de Brasília não é recente e tem origem no governo do PSB, durante a gestão do ex-governador Rodrigo Rollemberg (2015–2018). Foi naquele período que o Governo do Distrito Federal iniciou o processo de concessão de vagas públicas à iniciativa privada, dando os primeiros passos para a chamada “privatização dos estacionamentos” em áreas estratégicas da capital.
À época, o governo Rollemberg autorizou estudos técnicos e editais de chamamento público para que empresas privadas apresentassem propostas de implantação e gestão de estacionamento rotativo pago, especialmente no Plano Piloto e regiões centrais com alta circulação de veículos. A justificativa oficial era organizar o trânsito, ampliar a rotatividade das vagas e gerar arrecadação.
Na prática, o modelo proposto previa que o espaço público — até então de uso livre — passasse a ser explorado economicamente por empresas concessionárias, com cobrança direta dos motoristas. O debate gerou forte reação de comerciantes, moradores e usuários, que classificaram a iniciativa como privatização do espaço urbano, uma vez que áreas públicas passaram a ter acesso condicionado ao pagamento.
Apesar de não ter sido plenamente implementado naquele momento, o projeto lançado pelo governo do PSB criou a base legal e administrativa que permitiu, nos anos seguintes, a efetivação da cobrança em estacionamentos públicos do centro de Brasília. Especialistas em mobilidade e urbanismo apontam que a concepção do modelo atual remonta diretamente às decisões tomadas na gestão Rollemberg.
O tema voltou ao centro do debate político nos últimos anos, mas os registros administrativos mostram que a origem da concessão das vagas públicas no Plano Piloto e áreas centrais está ligada às medidas adotadas durante o governo do PSB no Distrito Federal.
A discussão sobre estacionamento pago em áreas públicas segue dividindo opiniões, mas o histórico é claro: foi o governo Rodrigo Rollemberg quem iniciou o processo de privatização das vagas no centro de Brasília, ao abrir caminho para a exploração privada de espaços que antes eram de livre acesso da população.
Causa estranheza o comportamento atual do PSB, que hoje tenta se colocar como crítico da cobrança de estacionamentos e da concessão de vagas públicas no centro de Brasília, como se não tivesse sido protagonista desse processo. Foi na gestão do próprio partido, durante o governo Rodrigo Rollemberg, que se iniciaram os estudos, editais e bases administrativas que abriram caminho para a privatização do espaço urbano. Ao ignorar esse histórico, o PSB adota uma postura contraditória e pouco coerente com suas próprias decisões de governo, apostando na amnésia política do eleitor e na desinformação como estratégia de discurso.
