Com mais de 4,8 mil atendimentos registrados entre janeiro e outubro, o Distrito Federal fortaleceu a estrutura de atenção às pessoas em situação de violência, expandindo unidades, qualificando equipes e aperfeiçoando protocolos para acolhimento biopsicossocial. Hoje, o DF conta com 18 Centros de Especialidades para Atenção às Pessoas em Situação de Violência (Cepavs) distribuídos em diversas regiões administrativas.
O crescimento da rede tem como objetivo ampliar o acesso ao atendimento especializado, garantir acompanhamento contínuo e assegurar que vítimas de violência doméstica, sexual, intrafamiliar ou negligência recebam suporte adequado para romper ciclos de agressão. As unidades funcionam como porta segura, acolhendo pessoas por demanda espontânea, encaminhamento hospitalar ou indicação de outros serviços públicos.
Segundo as equipes técnicas, o fluxo de atendimento é estruturado para identificar o tipo de violência, oferecer suporte psicológico e social, orientar sobre direitos e encaminhar para serviços de proteção, Justiça, assistência social e segurança pública. O processo evita a revitimização e proporciona um ambiente de escuta qualificada.
Atualmente, o DF registra que a maioria dos casos está relacionada ao ambiente doméstico e familiar, contexto que exige respostas integradas e acompanhamento sistemático. As unidades Cepav funcionam de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, com equipes formadas por psicólogos, assistentes sociais, profissionais de enfermagem e administrativos.
O Cepav Flor do Cerrado, localizado no Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) e administrado pelo IgesDF, integra a Rede de Flores — que reúne todos os núcleos especializados do DF. Cada unidade tem autonomia de operação, mas segue diretrizes comuns para garantir padronização no acolhimento e na condução dos casos.
A força-tarefa envolve ainda uma articulação direta com delegacias especializadas, como as Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAMs) e as Delegacias da Criança e do Adolescente, responsáveis por investigações e medidas protetivas. A rede também conta com o suporte dos Cras, Creas, Caps e escolas públicas, além da atuação permanente do sistema de Justiça.
De acordo com a coordenação da política de prevenção e enfrentamento à violência, a integração entre saúde, assistência social e órgãos de proteção avançou significativamente. Os Nupavs desempenham papel estratégico ao monitorar notificações, capacitar profissionais de diferentes áreas e fortalecer a articulação com Conselho Tutelar, Ministério Público, Judiciário e organizações da sociedade civil.
O reforço dessa estrutura busca garantir que cada pessoa atendida receba orientação, acolhimento e caminhos reais para reconstruir sua autonomia, em um ambiente que prioriza dignidade, segurança e respeito.
