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Uma empresa on-line de doces foi o resultado da participação de Bruna da Paixão, 21 anos, no curso Cozinha de Sucesso – ofertado gratuitamente pela Secretaria de Juventude do Distrito Federal. Antes da oficina, a estudante do curso técnico em radiologia estava desempregada. Agora, ela já está na fase de comprar produtos para o novo empreendimento e pretende investir na área, que sempre quis atuar. “Sempre gostei de cozinhar, por incentivo da minha mãe.

“Quando fiquei sabendo do curso não pensei duas vezes”, conta ela, que também participou das aulas de empregabilidade e assistente administrativo. “Por enquanto, vendo doces na minha cidade e no trabalho da minha mãe, além das encomendas on-line. Pretendo estudar mais para trabalhar com bolos confeitados”, comenta a moradora de Brazlândia.

Geridos pela Secretaria de Juventude, os Centros de Juventude oferecem oficinas presenciais nas mais diversas áreas em Ceilândia, Estrutural e Samambaia. Entre maio de 2019 e o mesmo mês deste ano, 2.077 alunos participaram dos cursos. Atualmente, as unidades têm 584 estudantes inscritos nos cursos de culinária, empregabilidade, hip hop e teatro. Devido a pandemia do novo coronavírus, as aulas para assistente administrativo, cuidador de idoso e massoterapia estão suspensas.

Para participar das oficinas, os interessados – de 15 a 29 anos – precisam preencher um cadastro no site do Instituto de Educação, Esportes, Cultura e Artes Populares (Iecap).O documento identifica o interesse do jovem pela área e ele será contatado assim que houver turmas disponíveis.

Desenvolvimento

Segundo o secretário de Juventude, Kedson Rocha, os espaços públicos têm o objetivo de contribuir para o desenvolvimento integral dos jovens por meio de ações nas áreas de cidadania, cultura, direitos humanos, educação, esporte e lazer, saúde, inclusão digital, empreendedorismo, assistência social, prevenção do uso de drogas, entre outras.

“Mesmo nesse momento difícil, por causa da pandemia, eles não ficaram desamparados. Com esses cursos, eles se tornam protagonistas de suas vidas”, ressalta. “Além de aprender sobre alguma área, ele também trabalha o empreendedorismo, garantindo trabalho e renda. As oficinas estimulam os jovens a conquistarem seus objetivos”, reforça.

Foi o que aconteceu com Normando Vasconcelos, 18 anos. Ele abriu um canal no YouTube para ensinar suas receitas. “Já tinha vontade de fazer vídeos e as aulas me incentivaram mais ainda. O curso nos ensina não só a cozinhar, mas também a como vender nossos produtos, divulgar, higienizar – o que é muito importante nessa época de pandemia”, afirma. “As oficinas que são oferecidas pelo Centro [de Juventude] é o gás que falta para os jovens investirem nos estudos e no mercado de trabalho”, opina.

Mudanças

As aulas eram ministradas presencialmente nos três Centros de Juventude – Ceilândia, Estrutural e Samambaia. Devido a pandemia do novo coronavírus, professor e aluno tiveram que se adaptar ao ensino online. O chef Eduardo Henrique Fernandes, que dá aulas de culinária para 88 estudantes, adaptou um estúdio na área externa de sua casa. O docente grava e edita os vídeos que vão ao ar toda terça e quintas-feiras, das 10h às 11h. O material fica disponível para aqueles que não podem acompanhar nesses dias e horário.

“Presencialmente, a participação dos alunos era direta, sempre colocando eles para praticar. Aqueles que se destacavam mais, que tinham mais interesse, eu indicava para restaurantes. Com toda essa situação, os estabelecimentos não tinham condições de contratar funcionários, então tivemos que pensar em outra forma de ajudar o aluno a se tornar um empreendedor”, explica Eduardo.

O chef escolheu receitas que são comercializadas com mais facilidade e decidiu complementar as aulas com mais teorias. “Agora eles também aprendem sobre o marketing, delivery, fotografia, entre outros métodos para vender os produtos”, informa.

Segundo Eduardo, as aulas on-line permitem que os alunos aprendam mais receitas e sejam mais participativos. “Presencialmente ou ao vivo conseguia ensinar só uma. Agora, é possível passar quatro de uma vez”. Os estudantes também se sentem menos inibidos, pois estão em suas casas e não na frente de outros colegas. Eles mandam fotos dos pratos prontos e eu avalio”, explica.

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Fonte: Agência Brasília