Advogada, executiva, líder, empoderada e mãe. Michelle LaVaughn Robinson Obama é muito – muito mesmo – mais do que uma mulher casada com o ex-presidente dos Estados Unidos, um dos homens mais influentes do planeta. Ela é a própria influência em pessoa. Isso porque, aos 56 anos, é protagonista e autora de uma história exemplar, que passa pela dedicação aos estudos, as causas lideradas e defendidas e chega até a sua vida pessoal com a maternidade e a forma de lidar com as adversidades.

Pensando nisso tudo, destacamos alguns fatos sobre Michelle Obama que merecem ser destacados. Em momentos nos quais a política no Brasil é falha e, muitas vezes, irresponsável, Michelle é um exemplo de prosperidade, solidariedade e liderança.

Na autobiografia Minha história, Michelle faz um relato íntimo da infância até a chegada à Casa Branca. Além disso, a obra contém uma série de fotos que ilustram a trajetória. O livro foi publicado pela Editora Objetiva e está disponível por R$ 62,90 (livro físico) e R$ 39,90 (ebook). No fim de 2019, a biografia se tornou o livro mais vendido da história, tendo sido traduzido para 24 línguas. É muito poder! Nossa dica de leitura para a quarentena.

Educação

Michelle nasceu e cresceu em Chicago, nos Estados Unidos. Sempre foi destaque. A disciplina e responsabilidade com os estudos são um dos motivos para o êxito que a personalidade tem nos dias de hoje. Só para exemplificar, durante o ensino médio esteve presente no quadro de honra durante todo o período que estudou na Bryn Mawr Elementary School, foi integrante da National Honor Society (que reconhece os estudantes que se destacam em assuntos escolares) e ainda atuou como tesoureira do conselho estudantil.

Em seguida, foi para a Universidade Princeton, em Nova Jersey, para estudar sociologia. Por ter nascido no sul dos Estados Unidos, ela já tinha contato com a história negra e de escravidão do país. Isso porque tal região se desenvolveu com base no trabalho escravo. Inclusive um antepassado por parte de pai foi escravo na Carolina do Sul. Sendo assim, como parte da produção para graduar-se em sociologia escreveu a tese “Negros educados em Princeton e a comunidade negra”, em português. Depois, defendeu o doutorado profissional em Harvard.

Durante a passagem pela Harvard Law School, participou de manifestações políticas que defendia a contratação de professores que fazem parte de minorias. Por aí já dá para observar a relevância que ela viria a ter na política e na sociedade, não é?

Primeira-dama

Michelle Obama é muito mais do que a mulher que é casada com o ex-presidente dos EUA, mas é inegável o marco histórico desse fato. Ela foi a primeira e única primeira-dama negra da história do país. Ela e Barack Obama se conheceram na empresa de advocacia em que trabalhavam. Atuou como mentora de Barack enquanto era advogado associado da empresa. A relação dos dois começou com um jantar de negócios e reuniões. O primeiro encontro foi para ver o filme Faça a coisa certa, de Spike Lee.

Além disso, sempre prezou pelo convívio harmonioso da família antes e durante a presidência do marido, lutando para que a vida de todos fosse a mais “normal” possível, principalmente a das duas filhas do casal.

michelle obama

Foto: H. Darr Beiser, Usat

Luta contra a obesidade infantil

Uma das primeiras ações de Michelle Obama como primeira-dama foi a criação de uma horta no jardim da Casa Branca. A ideia era aproximar as famílias americanas da alimentação saudável e sem conservantes. O público principal era as crianças. O projeto foi a porta de entrada para incentivar a indústria de alimentação a diminuir, por exemplo, a quantidade de açúcar nos alimentos voltados para as crianças, bem como reduzir o consumo de alimentos processados e aumentar o tempo dedicado aos exercícios físicos nas escolas.

No entanto, Michelle não é nenhuma radical, mesmo acordando às 4h30 da manhã todos os dias para se exercitar, mostra que ninguém é de ferro. Pode, e deve, comer o que traz prazer às vezes. Isso porque ela já foi clicada comendo batata frita com a família e afirmou, em entrevista, que a prática é normal e uma recompensa para os dias estressantes.

O programa criado por Michelle Obama, no entanto, foi cancelado por Donald Trump três meses depois que assumiu a presidência dos EUA em 2017.

Racismo e representatividade

O fato de ter sido a primeira-dama negra dos Estados Unidos acarretou em ainda mais racismo no dia a dia de Michelle Obama. Muitas vezes foi definida como a “mulher negra raivosa”, lidou com boatos de gênero sobre o seu corpo.

Na Casa Branca, fez algumas modificações para tornar o local mais representativo em relação às minorias e mais moderno também. Para isso, colocou o busto de Martin Luther King (líder da luta pelos direitos civis) no lugar do de Winston Churchill (ex-primeiro ministro britânico). Além disso, inseriu a obra Ressurreição no acervo fixo da Casa Branca. A obra é da artista plástica afro-americana Alma Thomas.

Tal representatividade e luta contra o racismo sempre esteve presente nas falas. Só para exemplificar, em um discurso em 2016, época de eleições presidenciais, ela comentou sobre como o povo negro ergueu grande parte do país com suor e sangue. Comentou, também, sobre como isso foi importante para chegar onde chegou e conseguir ver as filhas brincando no jardim da Casa Branca, por exemplo.

Empoderamento feminino

Não à toa que Michelle Obama foi eleita a mulher mais influente do mundo em 2019 pela Revista Time. Durante toda a carreira, sempre buscou ser uma mulher independente, dona dos seus próprios atos e guerreira. Isso também refletiu nos seus discursos e ações, pois defende a derrubada de preconceitos sexistas e a luta para que mais mulheres ocupem cargos de liderança e criem as suas próprias empresas, por exemplo.

Esse pensamento vem desde a infância. Quando vivia na periferia de Chicago foi desencorajada até por professores, que diziam que ela não era inteligente o suficiente. Mesmo assim, a educação sempre foi tudo na sua vida, já que os pais não tiveram a oportunidade de estudar. Um dos maiores projetos de Michelle Obama é o Lets Girls Learn, uma iniciativa para garantir a educação para meninas adolescentes.

 

Michelle obama

Foto: Scott Olson / Getty Images