Ao abrirmos as páginas dos noticiários nesta manhã de terça feira (12/01/2021) nos deparamos com o segundo FEMINICÍDIO no DF.
As opiniões sobre as causas são diversas, alguns relacionam tais acontecimentos à falta de denúncia, outros, à falta de amor próprio, já outros, à dependência financeira, medo e outros.
Fato é que não podemos cessar de transmitir informações em todos os meios da mídia, sobretudo, esclarecimentos quanto aos tipos de violência doméstica elencadas na Lei Maria da Penha, dos equipamentos públicos disponíveis às vítimas dessa violência doméstica, das leis que temos hoje aprovadas para ajudá-las, etc.
Falo isso pois, já me deparei diversas vezes com o questionamento de a violência doméstica englobar somente a violência física, o que não é verdade, e é por isso que falo que é necessária maior divulgação, sobretudo, nas cidades mais carentes aqui do DF.
Me deparo diariamente com vítimas que ainda não sabem que aqui no DF já temos duas delegacias da Mulher, uma na Asa Sul e, a segunda inaugurada em 2019 na maior cidade satélite do DF, a Ceilândia, temos leis aprovadas e disponibilização de vagas de empregos destinadas a essas vítimas, aluguel social, que poderá socorrê-la por um período (no caso das dependentes financeiramente), temos diversos outros meios para ajudar e encorajar essas mulheres a denunciarem e solicitarem Medidas Protetivas.
O que eu sempre digo àquelas que me procuram, não subestime que o pior não aconteça, não tenha receio em denunciar, tampouco vergonha.
A violência doméstica não escolhe cor, classe social ou qualquer outra distinção, temos mulheres de todos os níveis e escolaridade que tem sofrido essa pandemia e sentem-se receosas em denunciar, em buscar ajuda, o que eu digo é que ao denunciar, ao perder o medo ou a vergonha você encoraja outras a também buscarem ajuda.
Não dá para tirar férias do trabalho, de todos, à erradicação dessa pandemia que tem assolado famílias, destruído sonhos e vida, homens entendam, mulheres não são objetos, vidas importam.
Ana Paula Pereira (Advogada)
Vice Presidente da Comissão de Combate à Violência Doméstica e Familiar da OAB/DF