Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados que pode colocar mineiros contra goianos em uma disputa inusitada. O deputado federal Marcelo Freitas (PSL-MG) apresentou na quinta-feira, 4, uma proposta que torna Montes Claros, no norte mineiro, a Capital Nacional do Pequi.

O governador Ronaldo Caiado (DEM) foi um dos goianos “incomodados” com o PL. No Twitter, ele disse que acionou o deputado José Nelto (PODE-GO) para mobilizar a bancada do estado contra o texto.

“Não tem base essa história de um deputado mineiro querer transformar Montes Claros (MG) na capital do pequi. Pequi está no DNA goiano. Muito mais que símbolo de nossa culinária, faz parte de nossa cultura”, defendeu Caiado.

Na sequência, em tom bem humorado, o governador de Goiás propôs um acordo. “A gente deixa o ‘trem’ e o pão de queijo para vocês, mineiros, e em troca ninguém mexe no nosso pequi. Combinado?”

Pouco depois, Caiado também compartilhou a publicação da jornalista Mariana Godoy, que também fez uma proposta inusitada para evitar uma guerra pelo título. “Eles [os deputados de MG] podem negociar um acordo e a capital do pequi ser Mineiros em Goiás”.

Mineiros não abrem mão do pequi, o ouro do Cerrado

Um outro usuário do Twitter identificado como Tico Cordeiro rebateu dizendo que Montes Claros tem 164 anos e Goiânia, 87 anos. “Quando surgiu a capital do Goiás, a cidade norte mineira já tinha quase 80 anos que comia pequi com arroz”, argumenta.

 

Freitas foi mais técnico ao fazer a defesa de Montes Claros como capital do pequi. Segundo ele, consta na biblioteca nacional que o fruto é originário da região Nordeste do país, e foi distribuído por meio de tropeiros e bandeirantes que tinham como parada a cidade mineira, de onde seguiam para as demais regiões do país.

“Sob quaisquer aspecto que se pretenda debater, respeitando as opiniões em contrário, o pequi é nosso! Aproveito a oportunidade para convidar o governador goiano, Ronaldo Caiado, a degustar o genuíno arroz com pequi montesclarense, o melhor do Brasil. Está feito o convite”, diz.

Canal Rural