Numa altura em que o número de espetadores nos cinemas de Portugal anda pelas ruas da amargura, também os números relativos ao cinema português não são promissores. Na 4.ª edição dos Encontros do Cinema Português (decorrida este mês) foram debatidos os números, e propostas soluções para reverter a tendência descendente no mercado dos filmes produzidos em Portugal.
Tendo como base questão “o que fazer para que seja atingido o patamar do 1 milhão de espetadores anuais de cinema português”, algo que não acontece desde 2015 (dados do Instituto do Cinema e Audiovisual), o produtor Luís Urbano refere que a precariedade das produtoras nacionais é um alvo a abater, enquanto a produtora Pandora menciona que mudar os padrões da programação e do financiamento é uma necessidade. Luís Chaby, presidente do ICA, deixou bem claro que pretende criar uma estratégia para que isto aconteça.
Elsa Mendes, coordenadora do Plano Nacional de Cinema, e Manuel Damásio, da Universidade Lusófona defendem “a inclusão da sétima arte no sistema educativo, com medida para conseguir captar mais espectadores para o cinema feito por portugueses.”
A NOS audiovisuais anunciou que irá criar nos cinemas NOS Alvaláxia uma sala dedicada exclusivamente à exibição de filmes nacionais (tanto curtas como longas-metragens), numa tentativa de contrariar a tendência de só ser possível visualizar estes filmes nas primeiras semanas de estreia.
Quem não concordou com a iniciativa foi o produtor Paulo Branco (recente vencedor do Prémio Mundial das Artes Leonardo da Vinci), anunciando que não irá colocar filmes em salas “gueto”, mantendo acesa a discussão em relação à monopolização do mercado cinematográfico.
Este artigo foi originalmente publicado em Cinema 7ª Arte, e é da autoria de Sofia Belem, tendo sido aqui reproduzido com a devida autorização.
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