Além dos bens materiais e imateriais que formam o diverso Patrimônio Cultural Brasileiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) cuida ainda de bens arqueológicos. Atualmente, são 18 bens arqueológicos tombados em todo o território, sendo 11 sítios, e seis coleções arqueológicas localizadas em museus. Mais de 24 mil sítios são cadastrados pelo instituto.
O Iphan considera sítios arqueológicos os locais onde se encontram vestígios de ocupação humana, os sítios identificados como cemitérios, sepulturas ou locais de estadia prolongada ou de aldeamento, “estações” e “cerâmicos”, grutas, lapas e abrigos sob rocha, além das inscrições rupestres ou locais com sulcos de polimento, os sambaquis (amontoados de conchas e outros objetos feitos por seres humanos) e outros vestígios de atividade humana.
Saiba mais sobre alguns desses locais históricos no País.
Parque Nacional Serra da Capivara (Piauí)
O Parque Nacional Serra da Capivara foi criado em 1979 para preservar vestígios arqueológicos da mais remota presença do homem na América do Sul. Com aproximadamente 130 mil hectares, o parque está localizado no sudeste do estado do Piauí e ocupa parte dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) inscreveu o parque na Lista do Patrimônio Mundial em 1991 e, em 1993, passou a constar do Livro de Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do Iphan.
Na área tombada foram localizados cerca de 400 sítios arqueológicos, com painéis de pinturas e gravuras rupestres de grandes valores estético e arqueológico. As descobertas realizadas no Sítio Arqueológico Boqueirão da Pedra Furada, por exemplo, levantaram a hipótese de que o homem poderia ter vivido nesse local há 60 mil anos.
emanescentes do Povo e ruínas da Igreja de São Miguel (Rio Grande do Sul)
As Missões Jesuítas Guaranis, bens culturais que envolvem o Brasil e a Argentina, compõem-se de um conjunto de cinco remanescentes dos povoados, implantados em território originalmente ocupado por indígenas, durante o processo de evangelização promovido pela Companhia de Jesus nas colônias da coroa espanhola na América, durante os séculos 17 e 18.
Em 1938, esses remanescentes foram tombados pelo Iphan e, dois anos depois, foi criado o Museu das Missões, destinado ao recolhimento e à guarda da estatuária da Igreja de São Miguel. Em 1983, São Miguel das Missões foi declarada Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco.
Foto: Sylvia Braga/Iphan |
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Áreas Sagradas do Alto Xingu Kamukuaká e Sagihengu (Mato Grosso)
Sagihengu e Kamukuwaká, dois lugares sagrados para as comunidades indígenas do Alto Xingu, no Mato Grosso, foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2015. A gruta Kamukuaká está nessa região, cujos sítios arqueológicos são associados ao ritual de furação de orelha e ao início do ritual do Kuarup, dos índios Waurá e Kalapalo do Alto Xingu, que prestam homenagens póstumas a chefes e lideranças indígenas.
Foto: Janine Moraes/Ministério da Cultura |
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Coleção Arqueológica e Etnográfica do Museu Paraense Emílio Goeldi (Pará)
As coleções arqueológicas do museu constituem um acervo valioso dos pontos de vista científico e histórico, reunindo mais de 1 milhão de itens. O museu se originou por volta de 1866, quando o naturalista mineiro Domingos Soares Ferreira Penna, radicado no Pará, organizou uma associação cultural para recolher e preservar coleções etnográficas e arqueológicas. A coleção do museu foi tombada em 1940 pelo Iphan.
Foto: Pedro Pompei/Museu Paraense Emílio Goeldi |
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Sítio Arqueológico do Cais do Valongo (Rio de Janeiro)
O local foi o principal cais de desembarque de africanos escravizados em todas as Américas e o único que se preservou materialmente. Em 2011, durante as escavações realizadas como parte das obras de revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro, no período que antecedeu os Jogos Olímpicos de 2016, foram descobertos dois ancoradouros, Valongo e Imperatriz, contendo uma quantidade enorme de amuletos, anéis, pulseiras, jogo de búzios e objetos de culto provenientes do Congo, de Angola e de Moçambique. Em 2012, o espaço foi transformado em monumento preservado e em julho deste ano foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
Foto: Oscar Liberal/Iphan |
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Fonte: Portal Brasil, com informações do Iphan, do Ministério da Cultura e do Museu Paraense Emílio Goeldi