Os projetos de marcenaria em 2026 chegam com uma mudança nítida: deixam de buscar apenas estética ou funcionalidade para passar a refletir estados emocionais. “A casa assume outro peso no cotidiano: vira abrigo, pausa e o lugar onde as energias se recompõem depois de dias acelerados”, conta Priscila Poli, designer de interiores à frente da Casamar – loja boutique referência em soluções para casas de férias.

Essa percepção acaba guiando escolhas de materiais, cores e formas isso — no mundo dos móveis planejados, significa valorizar texturas, veios aparentes e soluções que convidam ao toque. “Tudo passa pelo bem-estar, pelo afeto que a madeira desperta e pela vontade crescente de viver em ambientes que carreguem histórias reais”, analisa Priscila.

Os acabamentos em madeiras quentes com veios aparentes voltam ao centro da cena. Há um reencontro com o toque, com a sensação física de acolhimento que a madeira nestes tons proporciona. Para Priscila, a tendência está alinhada como espírito do hygge nórdico, que propõe acolhimento. “Móveis que abraçam, superfícies macias, curvas que suavizam os volumes e convidam a ficar. O design tátil deixa de ser detalhe e vira requisito. As pessoas querem sentir o móvel, não só observá-lo”, afirma a designer.

Entre as tendências de marcenaria e decoração também estão as cores que acalmam, conectam e fazem a casa respirar com mais leveza ganham espaço.

Em alta estão os verdes suaves, mints arejados, que vão até os tons de azuis clarinhos que remetem ao frescor e a paleta terrosa continuam aparecendo com força e consistência. “São cores que ajudam a criar conversas mais tranquilas e ambientes acolhedores, e algumas delas surgem como pequenos incentivos à interação, aquele toque de vida que faz a casa dialogar com quem mora nela”, fala Priscila.

Ela também destaca que a busca por identidade é um ponto importante e os projetos de marcenaria passam a trazer detalhes que evocam raízes, memórias de família e referências pessoais. “O espaço genérico perde vez. Cada peça passa a ter intenção, propósito e, muitas vezes, uma história. A ideia de ‘casa com alma’ deixa de ser só conceito e vira prática com painéis que destacam a madeira aparente, nichos pensados para objetos afetivos, soluções sob medida que conversam com a trajetória dos moradores”.

Para Priscila, o movimento atual tem menos relação com apenas seguir tendência e mais ligação com a verdade de cada morador. “É essa soma de materiais sensoriais, cores emocionais, madeira com presença e histórias pessoais que emergem dos objetos que desenha a marcenaria de 2026. Uma marcenaria que conversa com quem mora, que acolhe, que cura. A casa passa a espelhar o interior de cada um e funciona como porto seguro para dias que pedem descanso, conexão e verdade”, finaliza a profissional.