As Escolas Cívico Militares foram uma conquista de toda sociedade brasiliense, após o espetacular laboratório realizado no Estado de Goiás e por todo país. Hoje são 13 escolas espalhadas por todo DF que atende a mais de 17.600 alunos. A última, escolhida pela população, foi no Paranoá com uma adesão de 71,26% dos que participaram das votações pela implantação.

Mas o que deveria ser motivo de orgulho para os pais, alunos, professores e governo está se transformando num verdadeiro campo de batalha. Pseudogrupos existentes dentro do sistema educacional e, quiçá, no próprio sindicato dos professores, estão tentando marginalizar o projeto e alijá-lo do cenário brasiliense por nítidas questões e interesses politiqueiros.

O Sinpro sempre foi uma entidade atuante na defesa dos interesses dos professores do DF. Marcou presença em diversos momentos, principalmente em anos eleitorais, com profissionais capacitados para elevar a valorização do profissional de educação. Mas a política está transformando o que era referência em decepção. E a sociedade e o eleitorado não são mais leigos como antigamente.

Os pseudogrupos, em sua maioria constituído por radicais esquerdistas, vem a todo custo pressionando a sociedade para que as escolas compartilhadas sejam abolidas. O último episódio que alavancou essa guerra teve origem no Centro Educacional 01 da Cidade Estrutural (CED 01), quando cartazes que deveriam homenagear o Dia da Consciência Negra, expunham covardemente policiais militares com charges de racismo e discriminação. Apesar da direção da escola tentar abafar o caso, um vídeo vazou nas redes sociais e foi duramente criticado pela população.

A vice-diretora do CED 01, Luciana Paim, apesar de afirmar que as caricaturas foram elaboradas pelos próprios alunos, informações chegadas por fontes fidedignas dão conta que os desenhos foram feitos pelo cartunista Carlos Latuff, que por coincidência, fez uma visita a escola pivô do caso no dia 30 de novembro, ou seja, 10 dias depois dos acontecimentos, para se reunir com professores. Seria um balanço dos efeitos causados? Vai saber…

Nota no facebook causa indignação

Uma notinha publicada na página do Sindpro, no facebook, jogou mais lenha na fogueira. Nela, o sindicato reclama do recurso que deu entrada no TJDFT pedindo o fim do Programa de Gestão Compartilhada em escolas públicas do DF e que foi negado pelo juiz substituto da 5ª Vara da Fazenda Pública e Saúde Pública do DF. Em sua decisão ele diz que “o programa não viola as normas de educação, tal qual como foi afirmado pelo sindicato. Pelo contrário, “a decisão de implantação da “Gestão Compartilhada” não foi imposta pelo executivo, mas, antes, adotada com o endosso da comunidade afetada (inclusive de parte considerável do corpo docente), conforme se afere dos documentos juntados pelo requerido”.

O sindicato, então, recorreu à instância superior (colegiado) e mais uma vez foi derrotado com a seguinte decisão dos desembargadores: “O Governo do Distrito Federal, por meio das suas Secretarias de Educação e de Segurança Pública, ao instituir o compartilhamento da gestão disciplinar não violou qualquer norma legal, na medida em que não há vedação legal para esta modalidade de gestão educacional, pelo contrário, há autorização legal para tanto, sendo que não se cogita, como alega o Recorrente, de suposta ingerência na autonomia da escola pública, na medida em que esta está preservada diante do disposto nos Diplomas Legais”, mantendo a sentença.

O Sinpro-DF disse entrará com recurso especial no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e recurso extraordinário no Supremo Tribunal Federal (STF) para continuar a luta contra a militarização das escolas no Distrito Federal.

O que diz a nota

Na nota, o sindicato culpa a implementação do programa como causa para ocorrências dentro e fora das escolas. Diz: “Estudantes levando mata-leão, alunas sendo assediadas sexualmente, professores tendo sua liberdade cátedra atacada duramente. Desde que o projeto foi determinado, via portaria, o Sinpro-DF vem lutando para combater essa ameaça à educação”.

No entanto, esses mesmos grupos não têm se atentado para a quantidade de professores envolvidos em denúncias de assédios e importunação sexual contra alunos das escolas desde 2017 para cá, antes mesmo da implantação das escolas compartilhadas no DF. Reportagens vem denunciando isso a tempo. Veja abaixo:

Alunas de escola da rede pública do DF denunciam assédio sexual

Professor denunciado por assédio sexual e moral em escola do DF é afastado da função

DF: professor da rede pública afastado suspeito de assédio sexual

DF: professor da rede pública é acusado de assédio por 5 alunas

“Vou te arregaçar”: professor assedia aluna via WhatsApp no Distrito Federal

Exclusivo: Professor do CED 308 do Recanto das Emas é acusado de assédio sexual a estudantes

O que dizem professores, policiais, pais e alunos

Ouvimos alguns professores, policiais militares, pais e alunos e a narrativa não é bem a contada pelo sindicato e esses pseudogrupos anarquistas que querem destruir o ensino público da capital. Veja alguns depoimentos (preservaremos os nomes para segurança dos depoentes):

“Desde que as escolas compartilhadas foram implementadas os números de incidentes e ocorrências diminuíram consideravelmente. Ao notarem a presença de policiais nas escolas a marginalidade nem aparece. Saímos tranquilamente da escola para ir pra casa porque não existe marginal nos aguardando na porta para nos assaltar”, afirmou uma professora da Ceilândia.

“Nossas atribuições na escola são bem definidas, como determina o Programa. Os professores das unidades ficam responsáveis, exclusivamente, pelo trabalho pedagógico e nós, profissionais da segurança, ficamos responsáveis pela disciplina. O objetivo é realizarmos ações conjuntas a fim de proporcionar uma educação de qualidade para os estudantes da rede pública de ensino do DF, além de construir estratégias voltadas ao policiamento comunitário e ao enfrentamento da violência no ambiente escolar. O objetivo é promover uma cultura de paz e o pleno exercício da cidadania. Esse papo de que extrapolamos nossas atribuições nada mais é do que um desejo de quem está contra a educação e quer o caos instalado”, disse um militar de uma escola.

“Antes eu deixava meus filhos irem para a escola sem que houvesse garantia de que eles chegariam bem e voltariam bem e se realmente assistiriam as aulas. Hoje eu posso ser testemunha das mudanças que eles tiveram até na convivência familiar por conta da segurança e disciplina que eles aprendem na escola. Acabar com isso seria retroceder no tempo e tudo por questões políticas”, declarou uma mãe de aluno do Itapoã.

“Eu gosto da escola e do jeito que eles ensinam. Os policiais são muito educados, nos orientam e estão sempre prontos quando precisamos. Acho que deveria ser implantado isso em todas as escolas de Brasília. Agora tem professor que não gosta né??(sic)”, disse uma aluna do Recanto das Emas.

Uma coisa é certa. Por vivermos um Estado Democrático de Direito, a vontade da maioria deve prevalecer em detrimento de entidades e pessoas que querem impor suas vontades à fórceps. A população, em sua maioria, aprova a Gestão Compartilhada e que é um projeto de governo, e que tem demonstrado mais resultados positivos do que negativo.

Por fim, resta aos gestores responsáveis adotarem as devidas providências para que isso não se alastre e se torne bandeira de grupos politiqueiros visando benefícios no próximo ano eleitoral. O embate prejudica a todos e a sociedade está de olho. O tempo da politicagem rasteira não é mais aceito pelo eleitorado e pela população.

Um ditado certo deve ser motivo de reflexão para isso: “Onde o Estado não se impõe, o caos se instala”.

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