A Grande São Paulo viveu mais um fim de semana marcado pela violência extrema contra mulheres. Em um intervalo de 24 horas, duas mulheres foram mortas e uma terceira foi agredida por atuais ou ex-companheiros, evidenciando a escalada da brutalidade e a urgência de políticas públicas mais eficazes de proteção.

As vítimas de feminicídio foram identificadas como Milena de Silva Lima, de 27 anos, e Daniele Guedes Antunes, de 38. A sobrevivente, Márcia Rosana Alves Pinto, de 43, continua em atendimento médico após ser atacada com um pedaço de madeira.


Feminicídio em Diadema: Milena morta a golpes de faca pelo ex-companheiro

Por volta das 22h15 de sábado (6), Milena de Silva Lima foi assassinada dentro de casa, na Rua Yayá, no bairro Canhema, em Diadema. O autor do crime foi o ex-companheiro, João Victor de Lima Fernandes, de 31 anos. O casal estava separado havia dois meses e tinha um filho.

Segundo o boletim de ocorrência, um vizinho ouviu o pedido de socorro de Milena e acionou a Polícia Militar. Ao chegar ao local, os agentes encontraram a jovem já sem vida e o agressor morto. A polícia concluiu que João matou Milena a facadas e, em seguida, tirou a própria vida.

A arma usada no crime foi apreendida, e o caso foi registrado como feminicídio seguido de suicídio no 3º Distrito Policial de Diadema.


Feminicídio em Santo André: Daniele é morta pelo ex-marido após denunciar agressões

Na manhã deste domingo (7), às 8h15, Daniele Guedes Antunes, de 38 anos, foi assassinada a facadas dentro de uma residência na Rua Dias da Silva, no Jardim do Estádio, em Santo André.

O autor do crime, Cristian Antunes, também de 38 anos, aguardava no local quando a Polícia Militar chegou para atender uma ocorrência de violência doméstica. Ele confessou ter golpeado Daniele. A vítima ainda chegou a ser socorrida e encaminhada ao hospital pelo Samu, mas não resistiu aos ferimentos.

A faca foi apreendida, a perícia acionada e o caso registrado como feminicídio no 6º Distrito Policial de Santo André. Cristian permanece preso e à disposição da Justiça.


Tentativa de feminicídio na zona sul de SP: Márcia sobrevive após agressão com pedaço de madeira

No sábado pela manhã, na Estrada do Alvarenga, no Balneário São Francisco, zona sul de São Paulo, Márcia Rosana Alves Pinto, de 43 anos, foi agredida violentamente pelo companheiro Antônio Pedro de Mendonça, de 75 anos.

A Polícia Militar encontrou a vítima com sangramento no rosto e iniciou buscas, localizando o suspeito nas imediações. Ele confessou ter usado um pedaço de madeira para agredir Márcia. A mulher foi levada à UPA Parque Dorotéia e, depois, transferida ao Pronto-Socorro Pedreira.

Antônio foi preso em flagrante, e a autoridade policial representou pela conversão da prisão em preventiva. O caso foi registrado como tentativa de feminicídio no 98º Distrito Policial (Jardim Miriam).


Governo de São Paulo afirma priorizar políticas de combate à violência contra mulheres

Em nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) reiterou que o enfrentamento à violência contra a mulher é uma prioridade na gestão estadual.

A pasta informou que:

  • 16.875 pessoas estão presas por crimes contra a dignidade sexual.

  • 7.555 detentos respondem por crimes relacionados à Lei Maria da Penha.

  • Programas como a Cabine Lilás já realizaram cerca de 15 mil atendimentos, com acolhimento especializado e orientação sobre medidas protetivas.

  • O estado conta com 142 Delegacias de Defesa da Mulher (DDM), além de 170 salas DDM 24h, permitindo atendimento remoto por delegadas mulheres.

  • 473 novos policiais reforçaram o efetivo das delegacias especializadas.

  • O aplicativo SP Mulher Segura oferece botão de pânico e permite registro de boletim de ocorrência.

  • 200 autores de violência doméstica são monitorados por tornozeleiras eletrônicas; 98 foram presos por descumprimento de medidas judiciais.

Os casos registrados neste fim de semana reforçam a necessidade de fortalecimento das políticas públicas e de mecanismos de prevenção, proteção e acolhimento às vítimas.