Após tragédia no Paranoá, deputada Doutora Jane propõe Lei Liberte-se para reforçar segurança em clínicas de recuperação no DF

Projeto de Lei apresentado na Câmara Legislativa cria normas rígidas de prevenção a incêndios, fiscalização semestral e cadastro público das instituições que tratam dependentes químicos.

A tragédia que abalou o Distrito Federal no dia 31 de agosto de 2025 — quando um incêndio em uma clínica no Núcleo Rural Desembargador Colombo Cerqueira, no Paranoá, deixou cinco mortos e onze feridos — começa a gerar respostas no campo legislativo. A deputada distrital Doutora Jane (MDB) protocolou um Projeto de Lei que institui regras mais rígidas de segurança e fiscalização em comunidades terapêuticas, clínicas e casas de recuperação.

As vítimas da tragédia estavam em um alojamento trancado com cadeado, sem rotas de fuga adequadas e com extintores descarregados, situação que expôs falhas graves de fiscalização e infraestrutura.

Medidas da Lei Liberte-se

A proposta, que será analisada pelo plenário da CLDF, cria a Lei Liberte-se, norma que estabelece critérios obrigatórios para o funcionamento dessas instituições. Entre eles:

  • Alvará da Administração Regional;

  • Autorização do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF);

  • Licença sanitária da Vigilância Sanitária;

  • Licença de funcionamento da Secretaria DF Legal.

Além disso, todas as unidades deverão manter:

  • Planos atualizados de prevenção e combate a incêndios;

  • Rotas de fuga sinalizadas e iluminadas;

  • Extintores em perfeito estado de conservação;

  • Portas sem trancas externas nos dormitórios;

  • Saídas de emergência acessíveis e adequadas.

Fiscalização e cadastro público

A fiscalização será feita pelo Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Secretaria DF Legal e Secretaria de Justiça e Cidadania (SEJUS/DF), com inspeções obrigatórias a cada seis meses.

Outro ponto de destaque é a criação do Cadastro Distrital de Comunidades Terapêuticas e Clínicas de Recuperação, administrado pela SEJUS/DF. O sistema será público, permitindo que famílias e órgãos de controle consultem em tempo real quais instituições estão regularizadas.

Penalidades

O projeto prevê sanções severas para quem descumprir a lei:

  • Advertência;

  • Multas que variam de R$ 10 mil a R$ 200 mil;

  • Interdição imediata em caso de risco iminente à vida.

“Transformar dor em política pública”

Na justificativa, a deputada Doutora Jane destacou que o episódio do Paranoá evidenciou a vulnerabilidade de muitas clínicas que deveriam oferecer acolhimento e segurança, mas funcionam sem condições mínimas.

“Este Projeto de Lei busca transformar a dor dessa tragédia em uma política pública de prevenção, reforçando a fiscalização e criando mecanismos de transparência para salvar vidas”, afirmou.

Com a Lei Liberte-se, o Distrito Federal dá um passo firme em defesa da vida, da dignidade humana e da recuperação responsável.

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