Com criatividade, produtores de Brazlândia se preparam para a 29ª Festa do Morango

A contagem regressiva para a 29ª Festa do Morango de Brasília, em Brazlândia, já começou, assim como os preparativos por parte dos produtores rurais. Uma das principais vitrines da produção agrícola do Distrito Federal, a festa reunirá 42 estandes no Espaço Morangolândia para exposição de frutos in natura e quitutes especiais, desde tortas, geleias, bebidas alcóolicas, bombons e até o famoso morango do amor, que se popularizou na internet neste ano.

Antes da programação oficial, foi feito o Encontro Técnico dos Produtores de Morango, promovido pela Emater-DF em parceria com a Embrapa. A atividade ocorreu na sexta-feira (29), no escritório da empresa pública em Brazlândia, com apresentação de inovações tecnológicas, práticas de manejo e escolha de variedades mais adequadas para os sistemas de produção do DF.
A Agência Brasília foi até o Núcleo Rural Chapadinha para conhecer o cardápio das produtoras rurais Osmarina Oliveira Silva, 51 anos, e Vanda Maria Malheiros, 60. As duas iniciaram o cultivo da cultura há mais de três décadas com o objetivo de aumentar a renda familiar e, desde o início, recebem apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). Os frutos são utilizados na criação dos derivados, carros-chefes das agricultoras.

O técnico extensionista Claudinei Machado explica que as adaptações agregam valor ao morango e impulsionam os resultados do campo brasiliense. “A Emater-DF incentiva que, cada vez mais, os produtores ganhem espaço no mercado por meio do processamento, porque agrega valor ao produto. Enquanto hoje, por exemplo, você vende uma caixa de morango com quatro bandejas por R$ 12, também consegue vender uma unidade de morango do amor por R$ 15”, observa.

Brazlândia é responsável por mais de 90% da produção de morangos. Neste ano, a expectativa é de uma safra igual ou maior que a de 2024, quando a produção no DF chegou a 6.616 toneladas. Desse total, 5.174,62 toneladas foram produzidas na região administrativa.

“Da pandemia para cá, mantivemos a faixa de plantio em torno de 180 hectares, com 400 famílias plantando morango, gerando uma produtividade de 6,6 mil toneladas no DF. É muito morango no mercado, uma produtividade significativa, e isso tem alavancado não só a economia, mas também o turismo rural”, ressalta Claudinei. “A festa é o local onde os produtores podem ganhar dinheiro e fazer uma reserva para os ciclos dos próximos anos.”

Confeitaria

Polpa, mousse, torta, bombom, coxinha, geladinho, bolo de pote, suco, geleia: Osmarina aposta em variedade e qualidade quando se trata da Festa do Morango. Confeiteira de mão cheia, ela pausa a produção de bolos por encomenda para se dedicar integralmente ao evento. Nos dias de festa, as vendas são feitas pelo marido, a filha e três funcionárias, enquanto Osmarina segue com a mão na massa, em casa.

“Faço os produtos com morango desde o início e a procura sempre foi positiva. O morango é campeão mesmo, todo mundo gosta e vai bem com tudo”, comenta a produtora. “Quando está chegando perto da festa, a gente faz uma reunião em família para ver o que vamos fazer. Esperamos o ano todo por isso, porque [o retorno] é muito bom. O nosso lucro dobra e a gente consegue investir aqui, na cozinha e na plantação.”

O cardápio deste ano terá uma novidade: o morango do amor, comercializado a R$ 10. Ela afirma que a repercussão relacionada ao doce foi positiva para o orçamento familiar: “Peguei muita encomenda. Fiz algumas parcerias, e o restante vendi na cidade. Estou satisfeita trabalhando com morango e só esperando a festa, contando as horas para chegar”. Saiba mais sobre o trabalho de Osmarina na rede social da confeiteira.

Família

Do licor aos doces, como o copo da felicidade, geleias e bombons, os produtos de Vanda são feitos com capricho e se destacam pelo sabor apurado. O trabalho reúne toda a família, que se divide nas etapas da bebida alcoólica e dos demais itens. “É uma maratona. Temos que correr para dar conta de tudo porque são muitas coisas para vender. São dois finais de semana, e precisamos ter produtos fresquinhos e de boa qualidade”, salienta.

Como o foco são os derivados, a plantação de Vanda é pequena, em comparação às propriedades que buscam oferecer os frutos in natura. Os cuidados com os pés são diários, e os morangos são selecionados prezando pela qualidade do produto final. “Podemos colher morangos fresquinhos para fazer coisas bem bacanas. Tem muita coisa para fazer todo dia: tem que molhar direitinho, adubar, manter sempre limpo”, explica.

Assim como o de Osmarina, o cardápio de Vanda também terá o morango do amor, pensado para agradar os clientes e incrementar o faturamento do estande. “Tudo que a gente leva, a gente vende. Não traz nada para casa, e agora, com esse morango do amor, queremos arrebentar”, diz. Para conhecer mais sobre o trabalho da Vanda, acesse a rede social dela.

Vitrine do campo brasiliense

A Festa do Morango é organizada pela Associação Rural Cultural Alexandre de Gusmão (Arcag) com apoio do Governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Emater-DF, da Administração Regional de Brazlândia e das secretarias de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), de Turismo (Setur) e de Cultura e Economia Criativa (Secec).

“Trata-se de um espaço privilegiado para a apresentação da gastronomia local, do artesanato, das manifestações culturais e do talento dos artistas da região. Nesse contexto, a atuação da administração regional é crucial para apoiar esses aspectos, garantindo que a diversidade e a autenticidade de Brazlândia sejam amplamente conhecidas e apreciadas pelo público”, ressalta a administradora da cidade, Luciana Ferreira.

A Seagri disponibilizou maquinário, como um caminhão-pipa e tratores, para a manutenção do espaço da festa. O titular da pasta, Rafael Bueno, observa a importância do evento para o setor, uma vez que, segundo ele, o DF tem se destacado no cenário nacional como o terceiro maior produtor de morangos do Brasil.

“Isso é fruto do trabalho árduo de nossos agricultores, especialmente em regiões como Brazlândia e Planaltina, onde o morango é uma importante fonte de renda para muitas famílias. A Festa do Morango celebra mais do que a fruta: ela valoriza o trabalho no campo, a dedicação das famílias e a importância da agricultura para o desenvolvimento do Distrito Federal”, complementa Bueno.

Programação

A 29ª Festa do Morango de Brasília vai ocorrer nos dois primeiros finais de semana de setembro: de 5 a 7 (sexta-feira a domingo) e de 12 a 14 (sexta-feira a domingo). A estrutura será montada na sede da Associação Rural e Cultural Alexandre de Gusmão, na BR-080, km 13. A entrada é gratuita, e os detalhes são divulgados na rede social do evento.

O Espaço Morangolândia estará disponível nos seis dias de festa, com uma área exclusiva para comercialização da fruta e derivados. Serão mais de 40 estandes de agricultores assistidos pela Emater-DF, com funcionamento das 10h às 22h, nos finais de semana, e das 19h às 22h, às sextas-feiras. A Florabraz também estará aberta em todos os dias da programação, reunindo flores e plantas ornamentais cultivadas no Quadradinho, além de peças artesanais.

No dia 6, das 10h às 12h, ocorre o tradicional Concurso de Receitas com Morango, que valoriza a gastronomia local e a criatividade no uso do fruto. A competição reúne chefs, estudantes de gastronomia e representantes da comunidade, com avaliação técnica e voto popular. Os três melhores pratos serão premiados com apoio de parceiros da Emater-DF e da Administração Regional de Brazlândia.

O Colha & Pague do Morango será em 6 e 13 de setembro, em propriedades previamente selecionadas. Os participantes poderão conhecer o cultivo e colher os frutos diretamente do pé. Serão organizadas duas turmas por dia, nos períodos matutino e vespertino, com 30 participantes cada

Outra atividade tradicional é a 35ª Exposição Agrícola, agendada para 12 e 13 de setembro, com participação de agricultores de Brazlândia e Ceilândia. O público poderá conferir uma mostra de cerca de 400 alimentos de hortifrutigranjeiros, com destaque para a qualidade e diversidade da produção local.

 

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