Rota da Seda faz alusão às rotas comerciais que, na Antiguidade, se originavam na Ásia e faziam chegar aos europeus diversos produtos sem que eles soubessem a que preço isso acontecia. Trata-se de uma das maiores operações policiais da história da PCDF

Na manhã desta segunda-feira, 30 de setembro, foi deflagrada a Operação Rota da Seda. A Polícia Civil do DF (PCDF), em conjunto com a Secretaria de Fazenda do DF, esteve nas ruas para o cumprimento de, aproximadamente, 120 mandados de prisão preventiva, prisão temporária, buscas e apreensões. A Promotoria de Justiça Criminal de Taguatinga acompanha as investigações e irá analisar o material apreendido para o oferecimento das denúncias contra os envolvidos.

O objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa especializada no roubo e furto de veículos, desmanche em outros estados e remessa das partes para revenda no Distrito Federal. Foi apurado que a organização criminosa já teria enviado ao DF, na última década, pelo menos dois mil carros cortados que tinham as partes comercializadas, em geral, em lojas de autopeças, localizadas no setor H Norte, em Taguatinga. Nesse local, 20 lojas foram interditadas.

Esquema

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acompanha as investigações que demonstraram que os veículos eram subtraídos em Campinas/SP e adjacências, cortados em galpões e remetidos às lojas do DF. Pelo menos seis caminhões diferentes eram usados no transporte das peças. Cada caminhão comportava, em média, dez veículos cortados. Eles chegavam a transcorrer o percurso DF-GO-SP até três vezes na semana, indicando, portanto, um volume alto de carros roubados que eram inseridos no mercado de autopeças.

Para ludibriar a fiscalização rodoviária, eram emitidas notas fiscais frias. Todos os números de identificação do chassi também eram suprimidos, impedindo que fosse possível identificar e vincular as peças transportadas a ocorrências de roubos/furtos em SP. Ao chegarem ao DF, as peças eram distribuídas em dezenas de lojas, fazendo girar uma imensa máquina de lavagem de dinheiro e fraudes tributárias.

Durante as investigações, um desses caminhões acabou sendo apreendido e toda sua carga retirada. Nessa oportunidade, o Instituto de Criminalística conseguiu remontar dez carros completos: quatro portas, capô, tampa traseira, teto, para-choques, paralamas, faróis, lanternas, espelhos e toda parte de acabamento e mecânica.

* Com informações da PCDF