Uma barragem da mineradora Vale, localizada no município de São Gonçalo do Rio Abaixo está com uma fissura de 7 metros de comprimento e largura de 8 centímetros. A anomalia foi identificada na barragem Laranjeiras, da mina de Brucutu, durante uma auditoria externa.
A Secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) confirmou o relatório emitido pela empresa Advisian, que constatou também que “os resultados do monitoramento do Radar de Abertura Sintética Interferométrica (InSAR) da barragem apontam para um deslizamento da ombreira esquerda na ordem de 60 a 85 mm”.
A avaliação da empresa ocorreu entre os dias 19/06/2018 a 12/10/2019. No último dia 11, a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Agência Nacional de Mineração (ANM) fizeram uma vistoria na estrutura para verificar e monitorar as condições de funcionamento.
Segundo a Semad, depois de identificada a anomalia, a Vale suspendeu a disposição de rejeitos na barragem e acionou o nível de alerta 1 junto à ANM. Ainda de acordo com a Semad, a Vale também rebaixou o nível d’água da barragem para, reduzir os riscos.
Por meio de nota, a mineradora Vale informou que desde o dia 2 deste mês, suspendeu, de forma temporária, a disposição de rejeitos na barragem enquanto conduz avaliações sobre as características geotécnicas da barragem.
A Vale disse também que a situação está controlada e que a estrutura está sendo monitorada.
A nota esclarece ainda que o documento de que atesta a estabilidade da barragem, a Declaração de Condição de Estabilidade (DCE), emitida em 30 de setembro de 2019, permanece válido.
Veja a nota na íntegra:
“Desde 2/12/19, a Vale suspendeu, de forma temporária, a disposição de rejeitos na barragem Laranjeiras, advindos da mina de Brucutu, enquanto conduz avaliações sobre as características geotécnicas da barragem. A situação está controloda e sendo tratada, com monitoramento sendo realizado 24h por dia. A barragem Laranjeiras teve sua Declaração de Condição de Estabilidade (DCE) emitida em 30 de setembro de 2019. O documento permanece válido.
Importante destacar que durante a paralisação, a barragem adota o protocolo de emergência em Nível 1, que não requer evacuação da população a jusante, de acordo com a ANM.
A Vale tem feito reuniões periódicas com os órgãos competentes e informado a comunidade, além de manter equipe de Relacionamento com a Comunidade para prestar os esclarecimentos aos moradores.
Já foram instaladas placas de rotas de fuga e ponto de encontro em toda região da ZAS e disponibilizados veículos com sistema de alerta na Zona de Segurança Secundária ( ZSS). A Vale já está tratativa com a Defesa Civil para agendamento do simulado de emergência para a comunidade.
A barragem Laranjeiras foi construída pelo método para a jusante, considerado um dos mais seguros. O seu volume atual é de atual 25,8 milhões M³ e com capacidade para 53 milhões M³.”
A Feam e ANM também foram procuradas mas até o momento não se posicionaram.
Fonte: O Tempo