ssilio libane

A crise moral e financeira que atinge a Terracap parece não preocupar seu presidente Alexandre Navarro. Tanto, que a estatal decidiu enterrar o Projeto Downtown de hotéis populares e pousadas, e doar a área, avaliada em 180 milhões de reais, ao Hospital Sírio-Libanês.

Embora a decisão tenha sido tomada no dia 8 de abril último, só agora foi tornada pública. A medida revoltou os já indignados servidores da ‘maior imobiliária do País’. A categoria está lutando por reajuste salarial e pode usar mais esse argumento em defesa da sua reivindicação.

Ao longo dos últimos dias a Terracap tem sido alvo de uma série de denúncias. Alexandre Navarro e uma interlocutora de nome Fabi PSB foram flagrados trocando mensagens pelo aplicativo Whatsapp de suposta propina. Depois veio a notícia de recompra por 2 milhões 200 mil reais de uma área vendida por 1 milhão 800 mil reais.

Descartados – O Projeto Downtown tinha dois grandes interessados – os grupos Accor e Ibis, que exploram a indústria de hotelaria, eventos culturais e centros comerciais. Originalmente estavam previstas duas torres de hotéis, pequenas cabanas de hospedagem e um shopping.

A obra deveria ser entregue em etapas, com a conclusão prevista para 2023. Os investimentos somariam mais de 1 bilhão de reais. A expectativa era a geração de 1 mil 200 empregos diretos.

A decisão de abandonar o Downtown foi tomada pela Diretoria Colegiada da Terracap. Notibrasteve acesso apenas ao termo de arquivamento do projeto. Desconhece, portanto, as justificativas.

Fontes bem situadas dentro da Terracap asseguram, contudo, que a área foi destinada naquele mesmo 8 de abril ao Sírio-Libanês. Esse grupo hospitalar, de caráter público-privado com ingredientes beneficentes, tem sede em São Paulo e é procurado por 10 entre 10 personalidades da República quando têm a saúde ameaçada.

Embora a ata de suspensão do Projeto Downtown tenha sido assinada em abril, somente quarenta dias depois o governador Rodrigo Rollemberg anunciou, em audiência a dirigentes do Sírio-Libanês, a decisão do governo em ajudar a instituição a fixar-se em Brasília. Nesse encontro, Rollemberg descartou qualquer ajuda material.

– É isso que a gente não entende. Se uma área avaliada em 180 milhões não é dinheiro, não sabemos o que passa pela cabeça do governador”, sentenciou um dirigente do Sindser (sindicato que reúne os servidores da Terracap), prometendo levar a questão à assembleia que deve aprovar um indicativo de greve na luta por melhores salários.

Pedro Ivo Madeira – Colaborou José Seabra\Notibras