Com a proposta de celebrar a vida, promover a prevenção ao suicídio e a reflexão sobre tão delicado tema, crianças e adolescentes do abrigo Casa da Criança Bartuíra, de Ceilândia, plantaram de 32 ipês-amarelos, neste domingo (22), no Estacionamento 13 do Parque da Cidade, lançando o Jardim da Vida.
A ação faz parte da campanha “Setembro Amarelo – Vamos dar as Mãos?”, promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus), por meio do programa DF Criança, durante este mês.
O som de um piano amarelo, tocado pelo pianista Toninho da Casa do Piano, deu início ao evento com músicas que celebram a vida. Um dos momentos marcantes foi quando, em memória de 32 pessoas que tiram a própria vida por dia no Brasil, a subsecretária de Políticas para Crianças e Adolescentes da Sejus, Adriana Faria, propôs aos presentes contarem até 32, chamando a atenção para o quanto essa estatística é alta.
“O que está acontecendo na nossa sociedade que essas crianças e adolescentes não têm mais vontade de viver?”, perguntou. “O jardim [da Vida, recém-inaugurado] é para refletirmos sobre isso. É um trabalho singelo, mas que pode fazer diferença. Precisamos acolher essas pessoas que estão em sofrimento psíquico, pois 90% dos casos de suicídios poderiam ser evitados. Essa deve ser nossa missão como seres humanos e como responsáveis por políticas públicas.”.
Campanha
A campanha da Sejus já contou com diversas atividades durante todo o mês, realizadas em escolas públicas e particulares, abrigos, unidades de internação socioeducativas e em demais espaços públicos do DF.
“É preciso incentivar todos a estenderem as mãos e perguntarem: ‘como vai você?’, ‘posso te ajudar de alguma forma?’; e a estarem prontos para escutar e abraçar aquela pessoa que está sofrendo. Atitudes assim podem salvar vidas”, declarou a chefe do DF Criança, Lívia Magalhães.
“Sentir dor faz parte da natureza, tristeza faz parte das emoções, mas a proposta do jardim é fazer refletir sobre quando a tristeza é intensa e quando é preciso procurar apoio”, destacou a vice-presidente mantenedora do Centro de Valorização da Vida Brasília (CVV), Leila Herédia. “Não tem a ver com força ou fraqueza, mas sim com o momento. Recebemos 3 milhões de ligações por ano para dar apoio emocional.”.
* Com informações da Sejus