Em Goiás, o doador deve ir até uma das nove unidades da Rede Hemo, localizadas em Goiânia, Rio Verde, Jataí, Catalão, Ceres, Quirinópolis, Iporá, Porangatu e Formosa, onde passa pela coleta de uma amostra de sangue (5ml) para realização do teste de compatibilidade
Durante este mês, a Rede Estadual de Hemocentros – Rede Hemo chama a atenção da comunidade para o Fevereiro Laranja, campanha que visa conscientizar a população sobre o combate à leucemia e a importância do cadastro de novos doadores de medula óssea. Segundo a médica hematologista da rede do Governo de Goiás, Rafaela Fonseca, a leucemia é o 10° tipo de câncer mais frequente na população.
“Trata-se de uma doença maligna que afeta os glóbulos brancos, geralmente de origem desconhecida, que tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais”, explica a hematologista.
Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), entre os anos de 2020 e 2022, serão diagnosticados mais de 10 mil casos de leucemia por ano no País. A médica reforça a importância da conscientização sobre a doença para garantir um diagnóstico rápido, com maiores chances de tratamento.
“É preciso estar atento a alguns sintomas da doença, como anemia, cansaço, palidez, fraqueza, febre, aumento de manchas roxas na pele, sangramentos e infecções de repetição, a confirmação do diagnóstico só poderá ser feita com exames laboratoriais e de medula óssea”, explica Rafaela.
Rafaela esclarece que os tratamentos indicados dependem do tipo e extensão da doença, e que o transplante de medula óssea é reservado a leucemias mais agressivas ou que não respondem a outros tratamentos. “O paciente pode ter indicação de quimioterapia, imunoterapia, radioterapia, transplante de medula óssea ou a associação de diferentes tratamentos. No caso do transplante, a medula óssea doente, ou deficitária, será substituída por células normais da medula óssea, com o objetivo de reconstituição de uma nova medula saudável.”
Como se tornar doador
Para se cadastrar como possível doador de medula óssea, é preciso ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue e não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
Em Goiás, o candidato deve ir até uma das nove unidades da Rede Hemo, localizadas em Goiânia, Rio Verde, Jataí, Catalão, Ceres, Quirinópolis, Iporá, Porangatu e Formosa, onde passa pela coleta de uma amostra de sangue (5ml) para realização do teste de compatibilidade (HLA).
Outra possibilidade para realizar o cadastro é dirigir-se até uma coleta externa, realizada por meio da unidade móvel do Hemocentro que atende toda a região metropolitana da capital. A agenda semanal é divulgada nas redes sociais do Hemocentro de Goiás (@hemocentro_go).
As células coletadas do doador para o transplante são cadastradas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que reúne informações (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas, etc) de voluntários à doação de medula para pacientes que precisam do transplante.
Um sistema informatizado cruza as informações genéticas dos doadores voluntários cadastrados no Redome com as dos pacientes que precisam do transplante. Quando verificada a compatibilidade, a pessoa é convocada para realização de mais exames, e em caso de consentimento do doador, é realizado o transplante.
Redome
Atualmente existem 5,4 milhões de doadores cadastrados no Redome, que é o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo e é vinculado ao Ministério da Saúde (MS). Caso um doador não seja identificado no Redome, ainda está disponível a busca internacional de doadores nos maiores registros mundiais, com financiamento total do Sistema Único de Saúde (SUS).
“É muito importante que os candidatos cadastrados para serem doadores de medula óssea mantenham suas informações de endereço e telefone atualizadas junto ao Redome. Desta forma, caso haja compatibilidade, o instituto poderá acionar o voluntário”, lembra Rafaela.
O doador deve lembrar que permanecerá no registro até completar 60 anos de idade e que a convocação para realizar a doação pode demorar alguns anos ou nem chegar a acontecer. As informações devem ser atualizadas pelo site ou pelo aplicativo do Redome.
Segundo a diretora técnica da Rede Hemo, Ana Cristina Novais, a probabilidade de se encontrar um doador de medula compatível não-aparentado é de 1 para cada 100 mil habitantes. Por isso, quanto mais pessoas cadastradas, maiores serão as chances dos pacientes que aguardam na fila de transplante terem acesso ao tratamento.
Ana Cristina esclarece ainda que, caso haja um doador compatível em qualquer lugar do País, ele é acionado e tem todas as despesas de deslocamento e hospedagem custeadas pelo MS.
SERVIÇO
Onde se cadastrar – Hemocentro Estadual Coordenador Prof. Nion Albernaz (Avenida Anhanguera, nº 5.195, Setor Coimbra), em Goiânia e unidades da Rede Hemo no interior do Estado – Rio Verde, Jataí, Catalão, Ceres, Iporá, Quirinópolis, Formosa e Porangatu.
Dias e horários – de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e em Goiânia, também aos sábados, das 8 às 12 horas.
Como solicitar a unidade móvel – pelo telefone (62) 3231-7925 ou pelo e-mail hemocentro.captacao@idtech.org.br.
Thalita Rodrigues (texto e foto)/Idtech
Fonte: Portal Goiás