Investigadores que apuram o latrocínio do doutorando da Universidade de Brasília (UnB) Arlon Fernando da Silva aguardam, até quinta-feira (14/12), o resultado da perícia feita na faca encontrada no local do crime e nas roupas de um adolescente de 14 anos suspeito do assassinato. O Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) realizam uma série de exames para identificar se há resquícios de sangue da vítima na roupa do rapaz.
Ele chegou a confessar o crime quando estava apreendido na 24ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), mas mudou de versão durante interrogatório na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). O jovem chegou a ser detido no domingo (10), mas foi liberado no dia seguinte.
Arlon, 29 anos, foi morto na noite de quinta-feira (7), em frente à Câmara Legislativa e a poucos metros do Palácio do Buriti. O suspeito chegou em casa poucas horas após o crime e lavou as próprias roupas, fato que chamou atenção dos policiais. Ele teve amostras de sangue colhidas, a fim de confrontá-las com material biológico presente na camiseta e na bermuda apreendidas.
Necropsia do Instituto Médico Legal (IML) aponta que Arlon tentou se defender durante o ataque. Ele apresentava cortes nas mãos e no antebraço, supostamente provocados pela faca usada no crime. Por essa razão, fontes ouvidas pela reportagem acreditam que, se o menor de fato se envolveu no crime, será possível identificar sangue do doutorando da UnB nas roupas sob análise.
Na tarde desta terça (12), funcionários da Novacap estiveram no local do assassinato, para podar as árvores plantadas no canteiro central entre as pistas S1 e N1. A região é escura e favorece a prática de crimes contra pessoas utilizando a ciclovia, principalmente à noite. As copas das árvores podem encobrir roubos que ocorrem no local.
Latrocínio
As câmeras de vigilância instaladas no perímetro da Câmara Legislativa flagraram o momento em que Arlon cambaleia até cair.
O estudante ainda rastejou por quase 30 metros, em busca de socorro. Mas, à noite, em um lugar pouquíssimo iluminado, muitos motoristas não o viram – e quem porventura o avistou não entendeu a cena ou teve medo de parar.
A partir de uma ligação ao 190, policiais militares foram acionados e prestaram socorro à vítima. Arlon foi levado para o Hospital de Base ainda com vida, mas não resistiu aos ferimentos.