Pelo menos 160 crianças do Lago Norte e do Paranoá participam de projeto que celebra a consciência negra

Ícaro Henrique, Ascom/SEEDF

 

 

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, vai encerrar um trabalho desenvolvido ao longo de todo o ano em duas escolas da rede pública de ensino do DF. Cerca de 160 crianças do Paranoá e do Vale do Palha, zona rural do Lago Norte, participam de oficinas de capoeira e danças populares, como o hip hop, fotografia e contação de histórias com a temática afro-brasileira e expressão corporal. A iniciativa ganhou o nome de UBUNTU e funciona às terças e quintas-feiras, na Escola Classe (EC) Aspalha, do Lago Norte, e às sextas-feiras, no Centro Educacional (CED) Darcy Ribeiro, no Paranoá. As atividades contam com a participação dos professores e colaboradores voluntários.

 

O projeto é fruto de um trabalho que vem sendo desenvolvido desde 1995 em várias comunidades e regiões administrativas do DF, com o objetivo de trazer qualidade de vida, informação e sentimento de pertencimento para essas crianças que certamente fazem parte de uma camada mais vulnerável da nossa sociedade e que necessitam muito desse tipo de ação”, explica o coordenador do projeto, Eduardo Segovia, conhecido como mestre Foca.

 

As oficinas, dadas por uma entidade chamada UCDF Capoeira, são uma forma de preparar os alunos para o dia 20 de novembro. A intenção é levar pertencimento a cada criança envolvida no projeto, chamado UBUNTU, trazendo um sentimento de acolhimento e participação no que diz respeito à preservação dos costumes e da história de resistência do povo negro.

 

Motivo de muita alegria para a aluna Polyana Santos, 10 anos, que está podendo voltar a fazer as aulas de capoeira. “Nossa eu fiquei muito feliz em poder voltar a fazer as aulas de capoeira, que antes eu fazia na igreja, mas precisei parar”, lembra a aluna. “Aqui a gente aprende a não só lutar, mas também dançar porque a capoeira tem essas duas qualidades e isso é muito legal”, conclui.

 

A estudante é uma das 60 crianças, na faixa etária entre 10 e 12 anos, atendidas pelo projeto na escola onde estuda: a EC Aspalha. No Paranoá, todas as oficinas acontecem simultaneamente às sextas com grupos de 25 a 30 jovens em cada uma delas. Os jovens atendidos no CED Darcy Ribeiro têm entre 13 e 15 anos.

 

 

A EC Aspalha está localizada na zona rural do Lago Norte e atualmente atende 232 alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Os alunos são moradores do Paranoá, Itapoã e Núcleo Rural do Lago Norte. A diretora da escola, Juliana Pereira, fala sobre a importância do projeto e suas temáticas que vêm sendo trabalhadas desde 2013.

 

O intuito é enriquecer a prática pedagógica ligada à cultura afro-brasileira com foco em entender e aprender sobre nossas origens e da comunidade no qual estamos inseridos, que é predominante negra”, explica Juliana. “Além disso, notamos que é necessário o incentivo de projetos para os alunos perceberem suas identidades e se reconhecerem como participantes da cultura negra. É o que estamos construindo ao longo do ano, diariamente”, destaca a diretora.

 

O Projeto UBUNTU foi aprovado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, recebe recursos do FAC para uniformizar a criançada e ajudar na aquisição de materiais que serão necessários na execução do projeto. A iniciativa também tem apoio da Secretaria de Educação. Ao final do projeto, no mês de novembro, em celebração ao mês da consciência negra, os alunos serão convidados a expor os trabalhos fotográficos à comunidade.

 

Projeto UBUNTU- Escola classe ASPALHA- fotos: jotta casttro

Fonte: Secretaria de Estado de Educação do DF