O Governo do Distrito Federal vem tomando uma série de medidas para diminuir o fluxo de pessoas pelas ruas. A medida foi tomada com base em várias referências internacionais de países, que têm enfrentado com eficiência a pandemia do novo coronavírus. Em todo o território distrital, o fluxo de pessoas e veículos pelas ruas diminuiu drasticamente.
Segundo a empresa de software In Loco, 56,47% está respeitando a quarentena. Mas ainda há quem saia de casa sem necessidade aparente e insista em negar a gravidade da pandemia, que só no Distrito Federal já infectou mais de 651 pessoas e tirou a vida de outras 17 (dados atualizados às 14h04 do dia 14/4/20).
“Estamos num momento de recolhimento total”, explica subsecretário de Vigilância à Saúde, Eduardo Haje. “O aumento no número de casos só não está acelerado porque medidas como o distanciamento social foram tomadas”, completa e destaca:
“Mas não podemos relaxar nisto. As pessoas têm de sair o mínimo possível de casa”. Segundo o infectologista, há uma série de argumentos para que as pessoas evitem sair às ruas. Mas o principal é a contenção do número de casos.
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Assintomáticos e sintomáticos leves
O médico explica que quando a pessoa sai de casa, acaba se expondo a outras que podem estar infectadas pela Covid-19. “Quando se frequenta lugares de aglomeração ou mesmo com fluxo grande de pessoas, não se sabe onde o vírus está. Então, pode ser infectado por alguém que está com sintomas leves, e também por aqueles que não têm uma manifestação visível da doença”, detalha.
Ele afirma que a doença muitas vezes é ‘invisível”. “Nem sempre se identifica um doente somente pelo olhar. A transmissão se dá por gotículas e quando se está na rua, passando por pessoas infectada, você pega. Então, a maneira mais segura e, diria a única maneira totalmente segura, é a pessoa permanecer em casa o máximo possível”, reforça.
Evitar a superlotação na rede pública
Passado mais de um mês desde o registro do primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus no DF, a Secretaria de Saúde contabiliza um aumento gradativo, mas controlado, do número de casos. “Isto acontece porque foram adotadas medidas de distanciamento social das pessoas, e boa parte da população está se mantendo em casa”, detalha Eduardo Haje.
O ritmo não acelerado da infecção permite uma melhor estruturação do serviço de saúde, especialmente em relação a internações e ocupações de leitos de UTI para os casos mais graves. “Hoje, temos 73 leitos de UTI, exclusivamente para pacientes infectados pela Covid-19. E estamos providenciando mais.
Por enquanto, esse número supera nossa necessidade”, explica. No entanto, para que a margem de segurança se mantenha, é fundamental que a curva de infecção não suba.
Proteção individual e da família
Segundo o médico, um bom motivo para as pessoas ficarem em casa é a proteção aos parentes. “A população precisa evitar sair de casa. As pessoas não devem ficar se arriscando, se expondo desnecessariamente”, afirma. “Quem faz isso e, se contamina, pode estar levando a doença para dentro da sua casa. Pode estar levando o vírus para família, para os filhos, para os pais e avós”, destaca ao lembrar que as saídas devem ser apenas em caso de necessidade. “Mais do que nunca sua casa é o local mais seguro para você”, completa.