Terminou nesta sexta-feira (30) as atividades do 1º Workshop Brics sobre Banco de Leite Humano, realizado no Distrito Federal porque a capital do Brasil é referência em políticas públicas de saúde nessa área. No último dia de evento foi realizada a finalização de alguns trabalhos, discussões e a construção de uma agenda internacional com os países do bloco.

Os representantes do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, assinaram uma declaração da intenções a partir da primeira reunião. Na ata, assumiram o compromisso de construir um plano de cooperação para estabelecer uma rede de bancos de leite em seus países, ajudando-se mutuamente e tendo como referência a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBLH-BR), que coordenará toda a ação.

A expectativa é de que o documento, com todas as diretrizes e resultados do workshop, seja levado à reunião dos ministros do Brics marcada para outubro, na Rússia. O objetivo é servir de base para a criação da Rede de Bancos de Leite Humano dos países do bloco.

“Passamos nossos princípios a eles que, por sua vez, vão criar a rede do Brics. Eles viram que o modelo do Brasil é exitoso e, para o DF, é uma experiência ímpar ser um exemplo. Eles viram o conjunto de estratégias que temos, o que permitiu sermos a única cidade do mundo autossuficiente no fornecimento de leite humano”, lembrou a coordenadora de Políticas de Aleitamento Materno e do Banco de Leite Humano da Secretaria de Saúde, Miriam Santos.

“Nossos objetivos foram transcendidos. Não foi por acaso que elegemos Brasília para esse workshop, porque aqui tem uma rede que muito nos orgulha, e é um demarcador da união de esforços entre a Secretaria de Saúde do Distrito Federal e a Fiocruz”, ressaltou o coordenador da Rede Global de Bancos de Leite Humano da Fundação Oswaldo Cruz, João Aprígio.

Visitas

Ao longo dos três dias do evento, os representantes visitaram algumas unidades de saúde do DF localizadas no Plano Piloto, em Sobradinho, em Taguatinga e no Paranoá. Desta forma, conheceram o modelo brasileiro de banco de leite humano.

Passamos nossos princípios a eles que, por sua vez, vão criar a rede do Brics. Eles viram que o modelo do Brasil é exitoso e, para o DF, é uma experiência ímpar ser um exemploMiriam Santos, Secretaria de Saúde

Uma das representantes do Brics que elogiaram o trabalho realizado nas unidades de saúde foi Milana Basargina, que veio em nome do Ministério da Saúde do governo russo. Segundo ela, as visitas foram importantes para entender como estruturar uma rede de bancos de leite em seu país.

“Tudo foi extremamente útil. Uma das experiências que vamos levar é que a rede de bancos de leite pode ser feita com baixo custo, o que é especialmente interessante para o governo. Pela maneira como é feita aqui, são prezados o baixo custo e a qualidade, e vamos levar isso conosco”, destacou.

Para a representante do Ministério da Saúde da Índia, Sila Deb, todas as visitas foram interessantes e contribuíram para que seu país replique o modelo brasileiro. “O sistema de saúde da Índia é semelhante ao do Brasil, o que facilita levar esse modelo para lá e fazer uma rede estruturada”, comentou.

“Ter um elevado padrão de qualidade com um custo bastante reduzido é uma característica nossa. Tanto é que vamos implantar, em Brasília, o primeiro Centro Colaborador da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano. Será um campo de estudos colaborativos e uma base para inovações”, informou João Aprígio.

 

Da Agência Saúde