Conselho_tutelar

Com a divulgação, ontem, após as 20 horas, no site da Fundação Getúlio Vargas, entidade organizadora da Eleição dos Membros dos Conselhos Tutelares do Distrito Federal, da lista dos aprovados em definitivo e que estão aptos para concorrer ao pleito, que ocorre no próximo dia 4 de outubro, a grande maioria que entrou com recurso para atender as exigências do edital que não foram cumpridas, mais de mil e quinhentos candidatos, se decepcionou com a organização do concurso e promete entrar na Justiça para ter direito a ser votado no dia da eleição.

Cercado de polêmicas e irregularidades, a eleição de 2015, é a mais concorrida dos últimos anos, devido ao salário atrativo, R$ 4.80,00 por quatro anos, podendo ser estendido para mais quatro, e a falta de contratação de comissionados por parte do Governo de Brasília. Muitos candidatos vislumbraram uma oportunidade de mostrar seu poder de mobilização nas cidades que residem e que mantém influência junto às comunidades. Aproximadamente 25 mil pessoas se inscreveram no concurso pela internet, gratuitamente, e apenas sete mil compareceram no dia da prova. Salas vazias e pessoas contratadas batendo papo. Destes, foram aprovados quatro mil candidatos.

Alegando superfaturamento na contratação da Fundação Getúlio Vargas para organizar o concurso da Secretaria da Criança e do Adolescente, o Tribunal de Contas do Distrito Federal-TCDF, suspendeu o certame que custou aos cofres públicos nove milhões de reais, enquanto o preço praticado por outras organizadoras gira em torno de sete milhões. Começava então a via crucis dos candidatos. Todo o cronograma foi alterado e diversos editais foram publicados para reiterar o primeiro. Com prazo de entrega da documentação bem curto, os candidatos enfrentaram sol forte e falta de banheiros e água para entregar a documentação. As mulheres, mais fracas, desmaiaram na porta da Fundação Getúlio Vargas, que não ofereceu nenhum tipo de atendimento.

Nova alteração do cronograma, com centenas de candidatos indeferidos que entraram com recurso, desta vez, entregues na Secretaria da Criança e do Adolescente, no Setor de Áreas Isoladas Norte-SAAN. DO dia quatro de setembro para o dia 8, a divulgação dos aprovados em definitivo, vai promover uma enxurrada de ações na justiça pela falta de análise correta dos recursos e motivos de indeferimentos totalmente ilegais. Para se ter uma ideia, uma candidata do Guará teve seu recurso indeferido sob alegação de um edital nº07 publicado dia 14 de agosto de 2015, item 1.61. Não existe edital publicado pela Secriança nessa data e referido edital não possui item nenhum.

Com os nervos à flor da pele, os candidatos prometem não deixar barato tamanha desorganização, que ainda terá capítulos quentes, como o resultado da votação que demora 20 dias para sair. Se forem utilizadas as urnas eletrônicas, as mesmas da votação de milhões de brasileiros em 2014, cujo resultado saiu em poucas horas, se não for um jogo de cartas marcadas, em muito se parece.