Isa Stacciarini
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Nem todos os trabalhadores da arena que teriam direito aos ingressos do jogo de abertura do Estádio Nacional Mané Garrincha – a final do campeonato candango entre Brasiliense e Brasília, hoje, às 16h – foram contemplados com o bilhete. A promessa, segundo os funcionários, era de receber dois tíquetes cada um. No entanto, os que conseguiam obter os bilhetes saíam com apenas um em mãos.
Além disso, a equipe que atuou na limpeza da arena no período noturno também não foi contemplada. A informação era de que o número de bilhetes destinados a eles havia sido esgotado.
Para muitos, o direito em receber os ingressos prometido pelo GDF se transformou na decepção de não poder levar consigo para a primeira partida inaugural da obra a família, mulher, marido e filhos. O estádio de capacidade para 71 mil pessoas irá abrir as portas para um público aproximado de 22 mil torcedores. A princípio, do total liberado para o jogo de hoje, 12 mil seriam reservados para os trabalhadores do estádio. No entanto, os ingressos foram destinados a apenas seis mil operários.
Limpeza
Na noite de ontem muitos tentavam conseguir o ingresso que havia sido destinado a eles. A equipe de limpeza que trabalha no período noturno explica que chegou a procurar pelo bilhete, mas foi informada de que os ingressos destinados aos trabalhadores do setor haviam se esgotado. Rejane Aparecida, 31 anos, conta que os colegas que trabalham pela manhã conseguiram os tíquetes: “O certo seria todos receberem, pois falaram que os ingressos seriam para todos os funcionários, mas não foi o que aconteceu. Não somos pior que ninguém e deveríamos ter o nosso garantido.”
Funcionário da limpeza, Paulo Nunes Feitosa, 41, não concorda em não ter conseguido o ingresso. Ele falou que todos ficaram na expectativa. “Foi uma discriminação muito grande. Faço parte desse cenário, toda noite varro pedra, terra, poeira e não ganhei o que foi prometido”, ressalta. O colega de trabalho, Martin Moura, 41, destaca: “Damos duro aqui e não podemos nem assistir ao primeiro jogo do estádio”, reclamou.
Trabalhadores queriam levar os familiares
Os operários que conseguiram retirar os bilhetes, por sua vez, se frustraram com a suposta falsa promessa de cada um obter dois ingressos. Muitos apontam que com apenas um tíquete seria uma tarefa quase que impossível assistir ao jogo sozinho no estádio, sem a companhia da família. “O governo falhou com a palavra, pois nossos familiares estão esperando para vir. Assistir o jogo só não tem sentido. O que vou fazer com um ingresso?”, dizia Adriano Rosa, 38 anos.
Decepção
A realidade de ter só um ingresso na mão deixou muitos trabalhadores decepcionados. “Isso é um descaso com a gente que deu o sangue pela construção. Dá uma revolta”, falou Carlos Eduardo dos Santos, 37 anos. Os amigos Alisson Gley, 28, e Marcos dos Santos, 27, concordam. “É uma tristeza saber que não vamos poder vir com nossa família. Isso é frustrante”, disse Carlos.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br