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Há anos tenho falado sobre “desmilitarização cultural” e sobre a necessidade de um novo modelo de polícia no Brasil. Eu o chamo de “modelo brasileiro de polícia”, menos francês e mais “americano”, pois nossa polícia militar tem uma cabeça “americana” do século XXI e um corpo “francês” do século XIX. Por isso tornou-se lenta, cansada e autoritária.

Não pode ser aceitável ainda não termos policias municipais, não pode ser aceitável não termos bancos de dados unificados, não pode ser aceitável não termos uma inteligência não integrada, não pode ser aceitável os dados estatísticos da PM divergir dos dados da PC e consequentemente das próprias secretarias de segurança pública.

Todas as vezes que falamos em um “modelo civil de polícia” os “pensadores” sempre dizem aos “executores” que eles irão cair na “vala comum”. Particularmente, acredito que a maioria esteja cansada de viver na “vala”, seja ela comum ou “especial”. Até porque a “vala especial” traz sempre o termo “com exceção os militares”. Infelizmente na vala especial tem código penal militar, código de processo penal, RDE, dentre vários outros instrumentos de controle arcaicos, do tempo do Estado de exceção.

Nos últimos dias, tenho refletido muito sobre uma revisão profunda no modelo de polícia, no controle externo das policiais e na reestruturação das corregedorias, principalmente quanto a qualificação dos seus membros, não podemos aceitar pessoas desqualificadas em posição tão estratégica, e as ingerências políticas. Minhas bandeiras de luta, esteja eu onde eu estiver passarão por tais eixos. Cansei de ser “especial”, quero ser “comum”!

Aderivaldo Cardoso -Especialista em Segurança Pública – Pos-graduado em Segurança pública e cidadania pela UNB.

Fonte: Blog Aderivaldo Cardoso