No depósito de uma loja de departamentos na Nova York dos anos 1950, numa noite fria de Natal, duas mulheres trocam segredos, falam de angústias e medem forças num período em que as aflições femininas eram invisíveis. Esse é o tema da peça “Stronger – a mais forte”, que estreia no Teatro Sérgio Cardoso dia 3 de junho. O Teatro Sérgio Cardoso é um equipamento da Secretaria da Cultura e Economia Criativa com gestão da Amigos da Arte.

“Stronger – a mais forte” aborda a necessidade da inclusão de pessoas com deficiência e doenças raras na sociedade atual. É a partir dessa necessidade que o autor e diretor Ricardo Leitte se debruçou sobre o texto do escritor, contista e dramaturgo sueco Augusto Strindberg para dar espaço e voz às pessoas com deficiência.

“Não só como um equipamento público, mas também pelo entendimento que a arte é uma ferramenta fundamental de inclusão, o Teatro Sérgio Cardoso se abre e se reforça como palco importante para ser usado contra o capacitismo, um desafio e uma luta de todos”, afirma Glaucio Franca, diretor-geral da Amigos da Arte.

Protagonizada pela atriz Dani Guedes – que em 2018 se tornou uma pessoa com deficiência -, e Maria Clara Haro, a produção é uma retomada da antiga montagem de 2018 que ocupou a sala experimental do Teatro Augusta.

Nessa nova versão, uma das personagens carrega, além dos dramas psicológicos, a própria deficiência física, cognitiva e sensorial. Dani Guedes resolveu expor seus dramas reais, provando que a doença ou a deficiência não impedem que sonhos sejam realizados. A atriz buscou um papel que pudesse mostrar, questionar e dar esperanças às mulheres que passam por desafios como esses.

“A maior parte das mulheres que são acometidas ou têm filhos com doenças raras são abandonadas pelos parceiros e jamais conseguem retornar ao mercado de trabalho, têm suas vidas destruídas pela falta de inclusão e conhecimento”, diz Dani Guedes. “Sabemos, porém, que a arte salva, e essas mulheres precisam dela para terem suas vidas dignas. Eu poderia fazer teatro mesmo que todo meu corpo não reagisse mais, apenas com o piscar dos meus olhos”, completa.

O público-alvo da peça é o núcleo de mulheres com deficiências raras e ONGs que acolhem essas pessoas, mas é também entretenimento inteligente para o público em geral.

Sobre Dani Guedes

Após colocar 24 pinos na coluna e perder a mobilidade torácica, descobriu em 2020 um tumor raro que a fez perder a hipófise, glândula que fabrica todos os hormônios do corpo. Com essa perda a atriz desenvolveu diversas comorbidades raras, cognitivas, físicas e sensoriais, entrando para um grupo de mulheres que lutam para conquistar uma vida mais próxima da normalidade possível, aprendendo a viver com o abandono de seus parceiros, a solidão e a falta de informação até mesmo de profissionais da saúde.

Ficha Técnica

Elenco: Dani Guedes e Maria Clara Haro

Direção: Ricardo Leitte

Preparação de Elenco: Guilherme Gila

Texto: August Strindberg

Adaptação: Ricardo Leitte

Produção: Dani Guedes, Maria Clara Haro e Guilherme Gila. Técnico de Luz e Som: Fernando Pereira

Marketing e Assessoria: Guilherme Gila

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Fonte: Governo do Estado de São Paulo