A manhã desta segunda-feira (18) foi marcada por cenas de guerra na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. Durante uma operação da Polícia Militar para remover barricadas e combater o tráfico de drogas no Morro do Dendê, traficantes reagiram sequestrando 12 a 13 ônibus, que foram usados como bloqueios nas ruas da região. Um dos veículos chegou a ser incendiado, junto a caçambas de lixo e lixeiras, provocando caos na mobilidade urbana.

De acordo com a PM, a ação contou com efetivos do 17º BPM (Ilha do Governador), 22º BPM (Maré) e 3º BPM (Méier). O confronto resultou na apreensão de quatro fuzis, três granadas, quatro rádios transmissores, coletes balísticos, munições e drogas. Criminosos chegaram a lançar uma granada, mas ninguém ficou ferido.

Prisões e detenções

Quatro homens foram presos e seis pessoas — entre elas dois adolescentes — foram detidas durante a operação. A polícia destacou que os suspeitos têm ligação direta com a facção que domina o tráfico de drogas no Morro do Dendê.

Transporte público paralisado

A Rio Ônibus informou que entre 11 e 19 linhas tiveram itinerários alterados devido aos bloqueios. Linhas que fazem trajetos como Bananal–Castelo, Ribeira–Castelo e Saens Peña tiveram seus percursos desviados por Bonsucesso, Irajá, Méier, Cacuia e Fundão. Passageiros relataram longos atrasos e insegurança ao tentar se deslocar pela região.

Crescimento alarmante

O episódio desta segunda reforça um cenário preocupante: só em 2025 já são 99 ônibus sequestrados e três incendiados no Rio de Janeiro, segundo levantamento da Rio Ônibus. A escalada da violência expõe a fragilidade da segurança pública e os impactos diretos na vida da população que depende do transporte coletivo.

O que vem pela frente

As autoridades estaduais prometem intensificar as ações na Ilha do Governador e em outras áreas dominadas pelo tráfico, mas moradores denunciam que o clima de medo se repete a cada operação. Para quem vive ou circula na região, a sensação é de que a rotina foi sequestrada junto com os ônibus.