Não é segredo para ninguém que o mundo passa por mudanças, em todos as vertentes. E o avanço cada vez mais acelerado da tecnologia contribui muito para tal. Dentro desse contexto, está englobado também o mercado de trabalho. Por vezes saturado, com funcionários cansados e insatisfeitos, seja com as remunerações ou o ambiente de trabalho, as startups são um alento a quem queira inovação no jeito de se trabalhar.
Aqui no Rio, por exemplo, no ramo de automóveis, existe a Volanty, empresa que atua fazendo a mediação entre vendedores e compradores de carros seminovos (usados), sem a necessidade de se passar em intermediários como lojas ou concessionárias, fazendo, com isso, que o valor da venda do veículo seja maximizado o quanto for possível.
Há 2 anos no mercado, a Volanty tem centros de atendimento em 3 pontos diferentes da cidade: Botafogo, Barra da Tijuca e NorteShopping. A pessoa que quer vender seu carro primeiramente entra no site e agenda uma inspeção, que será realizada em algum desses 3 locais. Lá, terá diversos itens de seu veículo avaliados. Caso esteja ok, isto é, em boas condições para negociação, a empresa tira fotos em estúdio profissional e divulga nas principais plataformas de vendas de carro, de maneira gratuita.
Posteriormente ao anúncio, a própria Volanty trata com todos os interessados no tal veículo, que vão pessoalmente até um dos centros de atendimento olhar o carro e fazer o test-drive. Vale dizer que o preço de venda é sugerido de acordo com o know-how de mercado da empresa, mas é decidido única e exclusivamente pelo proprietário, acatando ou não a sugestão. Caso o negócio seja concretizado, a empresa repassa o valor para o vendedor descontando 7% de comissão pelo serviço prestado.
É uma ótima ferramenta para quem não tempo hábil para tratar diretamente da venda do veículo e/ou para quem simplesmente não quer se preocupar com nada em relação à negociação, além de ser uma maneira segura de venda de carros, onde o proprietário não precisa lidar com lugares ou pessoas ‘estranhas’, que podem oferecer algum tipo de perigo.
Gustavo Rangel, Analista Pleno de Mídia de Performance da Volanty, falou sobre os objetivos principais da empresa e como é o ambiente de trabalho.
”Focamos totalmente na experiência do cliente. Queremos que eles tenham conforto, facilidade, comodidade e o mínimo de esforço para vender ou comprar o seu carro. Além disso, queremos revolucionar o mercado de compra e venda de automóveis através da tecnologia. Temos um time grande e qualificado, trazendo cada vez mais soluções e inovações.
Em relação à rotina e ao ambiente de trabalho, são bem interessantes. Temos horário flexível, direito a home-office, sem ‘dress-code’ e áreas de descompressão. Além disso, temos gympass, videogame, ping-pong, happy friday (espécie de happy hour com comidinhas e bebidas, incluindo cerveja), etc.
Um dos valores da empresa é ‘seja feliz’, ou seja, é o incentivo para que os funcionários sejam felizes no ambiente de trabalho e também na vida. Trabalhar numa empresa que se preocupa com a felicidade do colaborador é um grande diferencial. Estamos sempre felizes e confortáveis, isso aumenta a produtividade”, concluiu.
Mudando completamente de segmento, temos a Mio Libro, que, após fase de testes, entra oficialmente no mercado no próximo dia 01/08. Trata-se de uma prestadora de serviços editoriais que, através de aplicativo móvel e website, conecta o usuário a um ‘self service’ de revisões de texto, traduções, publicações editoriais e consultoria de crítica textual.
Com uma dinâmica semelhante ao E-hailing, o usuário submete um manuscrito (arquivo texto) através de uma aplicação web, onde o conteúdo é interpretado, seus caracteres contatos e divididos pela quantidade de laudas. Dinamicamente, o usuário tem o retorno do custo do serviço de preparação textual/copidesque (correção gramatical) e do tempo que o material ficará pronto. O preço do serviço é atribuído pela quantidade de laudas.
Os prestadores de serviços recebem e enviam os materiais revisados através da mesma aplicação web, onde tudo é criptografado. Ao receber o material, o usuário deve avaliar o material recebido. A pontuação 5 estrelas é atribuída ao revisor, onde o mesmo não será exposto.
Este é o MVP (produto mínimo viável) do projeto, onde a entrada no mercado de revisão para textos, artigos acadêmicos, reportagens entre outros é mais abrangente tanto para o cadastro de revisores quanto o consumo dos serviços. As outras etapas do projeto contemplam traduções, diagramações, revisões críticas e impressões de livros, além de e-books e audiobooks.
Todos os serviços serão oferecidos por prestadores free-lancer, uma vez cadastrados na Mio Libro. A empresa também proverá encontros literários em todo Brasil, com parcerias em anfiteatros para realização de lançamentos de livros e debates literários. As limitações de espaço físico não serão problemas para participação de qualquer leitor ou autor. As transmissões do evento acontecerão em streaming.
Felipe Garcia, fundador e CEO da Mio Libro, fez questão de ressaltar o ‘afeto’ pela área: ”A paixão pelo seguimento da startup é semelhante ao adquirido por um time de futebol: você não pode ir pela maioria. Você vai pelo sentimento. A gente acredita que a nossa literatura é rica. Ela precisa ser conhecida, valorizada e compartilhada. Por nós e para nós, brasileiros”.
Em relação a uma startup um pouco mais antiga e de grandiosíssimo porte, temos a OLX, empresa global de comércio eletrônico fundada em 2006 e sediada em Amsterdã, na Holanda.
No Brasil desde 2010, inaugurou sua nova sede no Rio de Janeiro no final de 2016, no Largo do Machado, Zona Sul da cidade. Apostando em maior interação entre os funcionários, que antes ficavam divididos em 2 prédios diferentes, e buscando criar um ambiente que refletisse melhor a cultura de inovação da empresa, a companhia investiu, à época, cerca de R$ 5 milhões para abrigar 350 funcionários num escritório de 2.600m² e 3 andares. O conceito do empreendimento é sustentado por 3 pilares: diversão, integração e liberdade.
Assim como na Volanty, também há diversas opções de lazer para os funcionários, como televisões, videogames e mesas de sinuca, ping-pong e pôquer. Neste espaço, que tem como objetivo promover a integração e a convivência entre os funcionários, além, é claro, de estimular um pouco mais a inovação e a criatividade de cada um, é aconselhado não falar de trabalho. A ideia é mesmo se distraírem.
Outro atributo interessante da OLX é o escorregador colorido que liga os 3 andares. Ele fica ao lado de uma escada, e os funcionários podem escolher se locomover pela empresa subindo e descendo os degraus, tradicionalmente, ou deslizando pelo ‘brinquedo’.
A multiplicidade de cores é outra característica marcante da empresa. Utilizando bastante os tons roxo, verde e laranja, a ideia de deixar o ambiente bastante colorido é proposital, visando espantar qualquer possibilidade de rotina e monotonia.
Um funcionário do setor operacional da OLX, que preferiu não se identificar, falou sobre a empresa:
”Apesar da grande pressão que o trabalho exige, com metas às vezes dificílimas de serem cumpridas, a estrutura que a OLX proporciona é fantástica, seja em entretenimento, conforto e até mesmo alimentação. Além disso, o fator ‘inclusão’ também é muito positivo. Aqui temos transsexuais, gays, surdos, mudos, enfim, todos os tipos de minorias, que são muito valorizados”.
O DIÁRIO DO RIO também tem uma cultura de startup, utilizando inovações tecnológicas visando fazer uma imprensa local mais efetiva. Inclusive, a arquitetura e decoração da futura sede, localizada no Arco do Teles, no Centro da cidade, será um misto de ambiente inovador com estilo de redação clássica.