Nova fase? Gim reaparece com o manual político de 2010

A volta de Gim Argello reposiciona velhos métodos no tabuleiro político do DF: pressão sobre a imprensa, compra de espaços, ataques a críticos e uma articulação agressiva para empurrar Arruda — ou seu plano B — rumo a 2026.

Por Cris Oliveira

O retorno de Gim Argello ao comando do Avante no Distrito Federal trouxe de volta um velho conhecido da política local: o modo de operar que Brasília já tentou aposentar. Agora, com direitos políticos reabilitados e um discurso ensaiado de “nova fase”, o ex-senador volta ao centro do tabuleiro mirando 2026  e, sem qualquer pudor, coloca José Roberto Arruda como aposta principal. Mas, se o “projeto Arruda” não decolar, Gim já guarda um plano B no bolso…

Pressão, compra de espaços e ataques a críticos

Nos bastidores, nada mudou. Gim retomou exatamente o estilo que o consagrou nos anos mais turbulentos da capital: compra de espaços de mídia, pressão sobre veículos independentes e ataques públicos a quem não aceita engolir sua narrativa.

A tentativa é transparente: fabricar um ambiente de apoio a Arruda, blindá-lo de desgastes e calar quem ousa discordar. Profissionais da imprensa relatam campanhas de descrédito, ataques pessoais e intimidações veladas  um roteiro antigo, repetido à exaustão, que Brasília conhece bem e que já rechaçou mais de uma vez.

Independência não se compra

O problema é que Gim parece não ter percebido que o DF mudou — e muito. A imprensa independente não deve favores, não depende de acordos e não se curva a caciques que tentam ressuscitar métodos mofados.

Quem construiu audiência real, com mais de 15 anos de trabalho, site ativo, leitores orgânicos, redes sociais fortes e números muito superiores ao portal comprado por Gim para chamar de seu, não se intimida. Não ontem. Não hoje. Não amanhã.

Independência editorial não tem preço — e tampouco paciência para quem ainda acredita que pode controlar o debate público no grito.

Projeto central: eleger Arruda em 2026 (e o plano B)

A engrenagem política montada por Gim tem um foco cristalino: reposicionar Arruda como protagonista eleitoral em 2026. Ele reativa velhas alianças, tenta blindar o aliado de desgastes acumulados e força uma narrativa de “retorno inevitável”.

Mas o movimento tem outra camada: se Arruda não vingar, Gim já prepara o terreno para Belmonte, o plano B que circula nos bastidores. Em outras palavras, o projeto é menos sobre renovação e mais sobre manter o controle — seja com o aliado histórico, seja com a alternativa já alinhada.

Vale articulação partidária, vale redes de influência, vale tentar controlar a comunicação — tudo para montar uma bolha onde crítica vira ataque e questionamento vira “perseguição”.

O DF não é mais terreno fértil para velhas manobras

Mas o cenário de 2025 não é o de uma década atrás. O eleitor está mais atento. Os jornalistas estão mais livres. Os veículos digitais estão mais fortes, mais profissionais e menos suscetíveis aos velhos rituais do poder.

A volta de Gim com a mesma cartilha de sempre expõe um projeto ultrapassado, baseado em pressão, intimidação e controle. E a tentativa de empurrar uma candidatura — ou duas — goela abaixo, especialmente usando métodos que a sociedade já rejeitou, diz muito sobre o que está sendo costurado nos bastidores para 2026.

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