Um comprimido esquecido sobre a mesa ou até mesmo uma pomada aplicada sem os devidos cuidados pode se transformar em uma ameaça silenciosa à saúde dos pets. Isso porque muitos tutores, na tentativa de aliviar rapidamente o desconforto do animal, recorrem à automedicação com medicamentos de uso humano, sem compreender que as diferenças entre as espécies tornam essa prática extremamente perigosa.

Além disso, embora algumas substâncias sejam seguras para nós, em cães e gatos podem provocar intoxicações graves mesmo em doses mínimas. Portanto, compreender esses riscos é essencial para evitar acidentes fatais.


Medicamentos comuns, riscos imensos

Entre os fármacos que mais causam intoxicações acidentais em pets, os analgésicos e anti-inflamatórios humanos ocupam os primeiros lugares. Substâncias como paracetamol, ibuprofeno, diclofenaco e ácido acetilsalicílico (aspirina) estão presentes em muitos lares brasileiros, mas podem provocar desde lesões gastrointestinais até falência hepática ou renal em cães e gatos.

De acordo com a médica-veterinária Farah de Andrade, consultora da DrogaVET, “no caso do paracetamol, por exemplo, uma dose considerada segura para humanos pode causar necrose hepática grave em gatos, que são altamente sensíveis a essa substância”.

Além disso, antidepressivos e ansiolíticos, como fluoxetina, sertralina, diazepam e clonazepam, também apresentam riscos. Embora alguns sejam utilizados em protocolos veterinários, o uso sem prescrição e em dosagens inadequadas pode desencadear convulsões, arritmias e até coma.

Outro ponto de atenção é o uso de antibióticos humanos, como amoxicilina com clavulanato ou ciprofloxacina. Apesar de também existirem em formulações veterinárias, somente o médico-veterinário pode prescrever a dose correta, levando em conta peso, espécie e condição clínica do animal.


Vitaminas e suplementos: aparentemente inofensivos, mas perigosos

Não apenas os medicamentos tradicionais oferecem riscos. Vitaminas, suplementos e nutracêuticos de uso humano também podem intoxicar cães e gatos. Muitas vezes, os tutores acreditam que produtos associados à saúde não trarão malefícios, mas a diferença metabólica entre espécies torna esse pensamento equivocado.

A vitamina D, por exemplo, quando administrada em excesso, pode causar hipercalcemia e insuficiência renal aguda. Já a vitamina A, em doses crônicas elevadas, pode levar a dores articulares, perda de apetite e alterações ósseas. Substâncias como ferro e zinco também representam riscos sérios, podendo provocar desde lesões gastrointestinais até anemia hemolítica.

Além disso, os nutracêuticos — como ômega 3, condroitina, probióticos e até melatonina —, quando formulados para humanos, frequentemente contêm aditivos nocivos aos pets, como o xilitol, capaz de causar hipoglicemia grave em cães.


Intoxicações que vão além da ingestão

Outro aspecto preocupante é que a intoxicação não se restringe ao consumo oral. Medicamentos tópicos, como o minoxidil, podem ser absorvidos pela pele ou ingeridos durante a lambedura, provocando taquicardia, hipotensão e até morte.

Da mesma forma, géis hormonais com estrógeno e testosterona podem interferir no sistema endócrino dos animais, levando a alterações reprodutivas e comportamentais.


Automedicação: um hábito perigoso

Segundo a pesquisa Radar Pet 2023 (Comac/Sindan), 37% dos tutores preferem observar os sintomas dos pets por até três dias, 35% levam o animal imediatamente ao veterinário e 22% procuram contato direto com o profissional. No entanto, o índice de automedicação ainda preocupa: 19% medicam por conta própria e 9% recorrem à internet.

Esse comportamento aumenta os riscos, já que cada caso exige avaliação criteriosa. Mesmo substâncias que podem ser usadas em humanos e animais, como antibióticos ou ansiolíticos, precisam de ajuste específico.


Solução segura: medicamentos manipulados para pets

A melhor alternativa para um tratamento eficaz e seguro é recorrer a medicamentos manipulados exclusivamente para uso veterinário. A DrogaVET, pioneira nesse segmento, desenvolve cada fórmula de acordo com a prescrição do médico-veterinário, respeitando peso, espécie e condição clínica do animal.

Além da segurança, a manipulação veterinária oferece formatos palatáveis e personalizados, como biscoitos, caldas saborizadas e pastas orais, facilitando a adesão ao tratamento e reduzindo o estresse tanto para o tutor quanto para o pet.


Conclusão

A exposição de cães e gatos a medicamentos humanos representa um risco real e potencialmente fatal. Por isso, a recomendação é clara: diante de qualquer alteração de saúde, procure sempre orientação de um médico-veterinário. A automedicação pode custar caro — e até a vida do animal.